quarta-feira, 14 de março de 2007






Pré-colombiano é o período da história ocorrido antes do descobrimento da América pelo navegador genovês Cristóvão Colombo. O evento da descoberta, entretanto, não é o marco fixo delimitador deste período, já que vastas extensões de terra e muitas populações só vieram a ser atingidas posteriormente. Assim, a expressão "período pré-colombiano" designa a história ou o estado cultural dos habitantes das Américas, antes de seu encontro com os europeus.

[editar] Os olmecas
Ver artigo principal: Olmecas.
Aproximadamente no ano 2000 a.C. fazem sua aparição os olmecas, o primeiro grande grupo cultural do México antigo, que assentou-se nas regiões de Veracruz e Tabasco, na zona do Golfo do México. Constituiam uma sociedade muito eficiente, bem organizada e governada por uma hierarquia religiosa. A sua influência foi muito intensa, já que grupos posteriores iriam adotar diferentes aspectos de suas tradições religiosas, arquitetônicas e artísticas. Apesar da total ausência de bancos de pedra por perto, os olmecas desenvolveram imponentes edificações com este material, como La Venta, São Lorenzo ou Três Zapotes. Criaram um calendário muito avançado que incluia o conceito de zero. Da origem dos olmecas sabe-se muito pouco, assim como de seu desaparecimento em torno do ano 1200 a.C..
Até o ano 1300 d.C., altura em que fazem a sua aparição os aztecas, desenvolveram-se e desapareceram numerosas culturas, como a maia, tehotihuacana, zapoteca, mixteca, tarasca ou totonaca, para citar algumas. O monte Albán, no estado de Oaxaca, é o local arqueológico mais antigo, posterior aos olmecas.

[editar] Os Maias
Ver artigo principal: Civilização maia.
As origens dos célebres maias remotam ao redor do ano 1.200 aC. Esta cultura desenvolveu em três períodos distintos: o pré-clássico, o clássico e o pós-clássico (cada um correspondente a diferentes lugares do México e da América Central). Porém seria a partir do ano 250 dC., quando inicia um período de progresso que vai até o ano 900dC, conhecido como período clássico.
Considerada como uma das civilizações mais avançadas do México pré-colombiano, os maias, foram grandes artistas e intelectuais que dominaram um complexo sistema matemático, além de serem capazes de realizar difíceis cálculos astronômicos. A sua estrutura social era muito fechada e articuláva-se em autonômias, governadas por sacerdotes. Mantiveram estreitas relações com Teotihuacán e Monte Albán, comerciando com produtos como o sal, já que naqueles tempos Yucatán era o primeiro produtor deste mineral. Lá pelo ano 1.400 dC. a cultura Maia tinha disseminado e, quase desaparecido, deixando um incrível número de centros cerimoniais e cidades antigas.

[editar] Os Mixtecas-Zapotecas
Ver artigo principal: Mixtecas e Zapotecas.
A sua aparição remota-se ao ano 900 aC. No Vale de Oaxaca. Foram grandes artesões e construtores, edificando importantes cidades e câmaras mortuárias além, de desenhar e criar uma preciosa cerâmica e orivesaria. Os Mixtecos foram os que conquistaram aos zapotecas, assentando-se perto de Mitla e Yagul. Reconstruiram Monte Albán, porém só para ser usado como cemitério. No começo do século XV, os Mixtecos foram dominados pelos Aztecas. Estas duas culturas (Mixteca e Zapoteca) continuam existindo no Estado de Oaxaca, onde moram perto de dois milhões de indígenas descendentes daqueles grupos.

[editar] Teotihuacán e os Toltecas
Ver artigo principal: Toltecas.
No ano 300aC. Estabelece a cultura Teotihuacana no planalto central, fundando a maior cidade da Mesoamérica pré-colombiana: Teotihuacán, que significa "o lugar em que os homens fazem deuses" ou "o lugar dos deuses". Seu esplendor perdurou até que os toltecas, com capital em Tula, os dominara. Foram estes os que introduziram o culto a Quetzalcóatl, a serpente de penas, o deus que tem seu coração no planeta Vênus e o deus que haveria de voltar pelo Leste. Quetzalcóatl aparece sob a forma de deus Kukulkán na cultura maia.
Os Toltecas foram poderosos guerreiros que estabeleceram nas mediações do norte do Vale de México, ao redor do ano 950 até o 1.300 dC. Construíram Tula, uma das cidades mais espetaculares de México e, foram consumados artesões que influiram fortemente nas culturas Maia e Azteca. Para muitos, os Toltecas desenvolveram-se à partir da cultura Teotihuacana.

[editar] Os Aztecas
Ver artigo principal: Aztecas.
Conta a lenda que Huitzilopochtli, o deus da guerra, guiava aos nahuas (que procediam de Aztlán, daí o nome de aztecas) até o lugar em que deveriam instalar-se. O sinal era uma águia sobre um cactu, devorando uma cobra. Foi no Lago de Texcoco (atual Cidade de México) onde encontraram-se com o sinal do deus, pelo que fundaram a cidade com o nome de Tenochtitlán.
Somente após um século, graças as estratégicas alianças com outros grupos, impuseram-se acima do resto dos grupos indígenas, inaugurando o Império Azteca, que permaneceria até a chegada dos espanhóis (1519). Os aztecas impuseram um sistema, onde as forças sociais tinham certa participação, utilizaram uma complexa estrutura impositiva e de vigilância, desenvolveram um sistema educativo exemplar e, segundo as testemunhas, não conheceram a corrupção. Foram além disso, excelentes construtores, seguindo as tendências de culturas anteriores (Olmecas, Toltecas, Maias). Porém, o que mais surpreende desta cultura é a sua particular cosmo-visão da existência, articulada em uma profunda filosofia, que tinha sua base na própria imagem do mundo que construíram.

[editar] A Conquista
Apesar da aparente solidez das estruturas sociais dos aztecas, existia um sentimento de mal estar e odio, sobretudo nos povos subjugados, que se mostraram favoráveis a ajudar aos invasores espanhóis. Paradóxalmente, ajudou também a concepção religiosa dos aztecas, que afirmava que Quetzalcóatl iria regressar. Os aztecas viram nos soldados espanhóis o seu deus, o deus de tez branca e rosto barbado, razão pela qual Moctezuma recebeu-os amistosamente. Porém, depois de alguns presságios e coincidências as relações foram-se deteriorando, momento em que Hernán Cortés, depois de ter queimado seus navios, abandonava a cidade para lutar contra as tropas enviadas por Diego Velázquez de Cuéllar, governador de Cuba. Em sua ausência, o capitão Alvarado, depois de autorizar uma celebração religiosa dos aztecas censurada por Cortés, provoca a rebelião dos indígenas, findando na famosa "Noite Triste" (conhecida assim pelos mexicanos).
Depois da fuga, Cortés consegue chegar com os sobreviventes a Tlaxcala, onde buscava ajuda e mantimentos e é aqui onde desenha a estretégia do ataque final. No ano de 1521 Tenochtitlán é dominada e, com isto inicia-se nova etapa na história do México. Como bem, expressou o líder azteca: "Não é a vitória e nem a derrota de um povo, mas sim o doloroso nascimento de uma nação".

[editar] Período Colonial (1521-1810)
Cortés foi nomeado capitão geral da Nova Espanha, decidindo mudar o nome de Tenochtitlán pelo de México (procedente da palavra "mexica"). No ano de 1527 se forma a primeira Audiência e, a partir deste momento, os missionários começam o intenso trabalho evangelizador. Durante esse tempo, no ano 1533, faz sua aparição a Virgen de Guadalupe, atual padroeira da América. A sua imagen para muitos, é um pergaminho indígena, com elementos espanhóis, razão pela qual rapidamente despertou um forte sentimento religioso, com o que indetificaram-se crioulos e indígenas.
Deste período é necessário ressaltar os constantes abusos de poder por parte da Igreja. A situação era de uma grande injustiça e alguns evangelizadores, como Frei Bartolomé das Casas denunciaram a escravatura, que eram submetidos os índios, por parte dos espanhóis. As causas desta situação eram provocadas pelo peculiar sistema de encomendas, no que cada colono recebia um lote de terra junto com um grupo de indígenas para a sua exploração. A sociedade da Colônia articulava-se rigidamente de acordo a um sistema de casta que lembrava o feudalismo europeu. Esta política foi, pela sua vez, a ferramenta que iria acelerar a mestiçagem.

[editar] A Independência
Durante três séculos México esteve regido por um vice- rei, de que dependiam os corregedores. As oportunidades políticas e econômicas de cada grupo social eram radicalmente distintas, é nos finais do século XVIII, quando os crioulos tomam consciência da sua nacionalidade. Ajudados por uma série de acontecimentos começam os primeiros movimentos independentes, com o objetivo de conquistar o poder.
A Independência do México tem lugar em 15 de setembro de 1810, quando o padre Miguel Hidalho e Costilla, a frente de um improvisado exército de voluntários, lança o grito de independência, em povo Dolores. Diferentes grupos de homens toman algumas cidades, porém, ápos cruéis batalhas são vencidos pelos exércitos realistas (não há que esquecer que a revolta iria continuar durante 11 anos, custando mais de 60.000 vidas humanas). O movimento emancipador continua a frente de outro padre, José Maria Morelos e Pavón que, convoca o Congresso de Chilpacingo no ano de 1813, onde relata a Ata Primeira da Independência. No ano 1821 Agustín de Iturbide e Vicente Guerrero proclamam o Plano de Igualdade, garantindo a religião católica, a fraternidade com os espanhóis e a independência política. Em 1821 nasce, finalmente, México com o Tratado de Córdoba assinado pelo recentemente chegado vice-rei João O´Donojú.

[editar] Reforma e Estabilidade (1860-1910)
A independência do México, em princípio, acrescentou as diferenças sociais existentes. O século XIX foi um período de problemas e contratempos para o México, sobretudo, pelo permanente enfrentamento entre liberais e conservadores, somando a guerra contra os Estados Unidos, nos anos 1846 e 1848, que deu como resultado a perda da metade do território nacional. Com a assinatura do Tratado de Guadalupe-Hidalgo, o México é obrigado a entregar mais da metade de seu território pela irrisória soma de um pouco mais de 6 dólares por quilômetro quadrado.
No ano de 1858 instala-se a Guerra da Reforma, liderada por Benito Júarez, o primeiro e único presidente indígena (zapoteca) que teve o México. A guerra prolongou-se até o ano 1861, momento em que Juarez vence os conservadores, estabelecendo a unidade nacional. Porém, nesse mesmo ano o exército francês decide invadir o país, justificando a ação pelo não pagamento da dívida do México a Espanha, Grã-Bretanha e França. Napoleão III envia Maximiliano de Hasburgo que, agindo mais como um liberal que como um conservador, provoca a retirada de respaldo que recebia da Igreja e inclusive do próprio Napoleão. Na ofensiva de Benito Juárez desde o Paso do Norte, hoje Cidade Juárez, Maximiliano é derrotado e fuzilado. As suas últimas palavras foram: "Viva o México! Viva a Independência!".
No ano de 1876 Porfírio Diaz toma o poder depois de liderar uma revolta no ano 1871, ressentido pela derrota eleitoral sofrida ante Benito Juárez. Com Díaz inaugura-se uma "ditadura democrática" que iria prolongar-se por três décadas. Nesse período Porfírio Diaz assentou as bases da industrialização do país, desenhando e construindo as principais estradas de ferro e fomentando a educação. Porém favoreceu a concentração de propriedade, a inversão européia, pela qual a mineração, os bancos e a indústria do petróleo passaram às mãos estrangeiras.

[editar] Revolução e Câmbios (1919-1945)
No ano de 1910 Porfírio Diaz, depois das únicas eleições limpas (daquela etapa), é derrotado por Francisco Madero e, muito cedo inicia-se a primeira revolução de século XX, a Revolução Mexicana.
Com o movimento armado, o povo pretendia melhorar as precárias condiçoes de vida e recuperar os recursos naturais. Pelo norte o general Francisco Villa e pelo sul o emblemático Emiliano Zapata, perseguiam terminar com o latifúndio e a exploração, ao grito de "Terra e Liberdade". A Revolução Mexicana foi uma batalha liderada por camponeses que procuravam uma reforma de leis agrárias, o sufrágio universal. Acabar com o controle econômico estrangeiro e a completa separação de Igreja e do Estado. Perderam-se centena de milhares de vidas em inúteis lutas de chefes regionais, em busca de legitimidade, reconhecimento e controle. Finalmente, no ano de 1917, Venustiano Carranza promulga um avanço da Constitução. Depois, aconteceria uma série de enfrentamentos entre a Igreja e o povo (a guerra dos cristeros), em meio a uma instabilidade política, que finda com a aparição de Lázaro Cárdenas. Com ele, o país inicia nova etapa ao nacionalizar o petróleo e, empreender uma reforma ágraria, com o que instaura-se a normalidade constitucional.

[editar] O México Contemporâneo
Depois da II Guerra Mundial, a infraestrutura do país desenvolveu os setores manufatureiros e industriais, expandiram-se igualmente a produção agrícola, fortalecendo a classe média e evoluiu econômicamente. Porém, numerosos problemas caraterizaram os últimos tempos como, o rápido crescimento demográfico, o êxodo macisso das áreas rurais para os centros urbanos, a diminuição da produçao agrícola e, uma crescente dívida externa, entre outros problemas. Nos últimos anos emprenderam-se importantes reformas econômicas e políticas que, têm permitido avançar o país, a pesar de toda classe de contratempos. Desde então, o PRI tem governado o país no meio à fortes crises econômicas sem que, até agora os logros da Revolução tenham chegado a todos os setores da população.
Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Pré-colombiano"
Categoria: História da América

Um comentário:

Anônimo disse...

Foda! Dando aula de história no blog! \o/ auhhahuauh