quinta-feira, 19 de julho de 2007

" DIRETORES EXPRESSIONISTAS!!!!!"




DIRETORES .:. F. W. MURNAU
Figura relevante do expressionismo no cinema, Murnau revolucionou a criação do filme ao concebê-lo como obra dinâmica e usar a câmara para interpretar estados emocionais dos personagens.
Friedrich Wilhelm Plumpe, conhecido como F. W. Murnau, nasceu em Bielefeld, Alemanha, em 28 de dezembro de 1889. Estudou literatura, filosofia, música e história da arte nas universidades de Heidelberg e Berlim. Por volta de 1910 entrou em contato com as inovações do diretor teatral Max Reinhardt, que muito o influenciou. Colaborou em filmes de propaganda durante a primeira guerra mundial e, mais tarde, iniciou a carreira de diretor.
Com Der Januskopf (1920; A cabeça de Janus), baseado no romance The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde (1886; O médico e o monstro), de Robert Louis Stevenson, e Schloss Vogelöd (1921; O castelo do fantasma), Murnau começou a desenvolver um estilo expressionista. Seu primeiro filme importante foi Nosferatu (1922), que incorpora inovações técnicas e efeitos especiais, como a imagem em negativo de árvores brancas sobre o céu negro.
Com roteiro de Carl Meyer, Der letzte Mann (1924; A última gargalhada) firmou a reputação de Murnau como grande cineasta. Os movimentos da câmara, que acompanham a ação e contribuem para transmitir emoções dos personagens, tiveram grande impacto no mundo do cinema. Murnau ainda dirigiu Tartüff (1925) e Faust (1926) antes de se mudar para os Estados Unidos, onde fez Sunrise (1927; Aurora), entre outros filmes. Dias antes de lançar Tabu, co-dirigido por Robert Flaherty, Murnau morreu num acidente de automóvel em Hollywood, em 11 de março de 1931.


Cinema
Nosferatu
Título original: Nosferatu - Eine Symphonie des GrauensAno: 1922País: AlemanhaDuração: 81 min.Gênero: TerrorDiretor: F. W. Murnau (A Última Gargalhada, Fausto)Trilha Sonora: — (Timothy Howard, 1991)Elenco: Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schröder, Alexander Granach, Georg Heinrich Schnell, Ruth Landshoff, John Gottowt, Gustav Botz, Max Nemetz, Wolfgang Heinz, Albert Venohr, Guido Herzfeld, Hardy von FrançoisDistribuidora do DVD: ContinentalAvaliação:
Nosferatu, de 1922, é o primeiro filme de vampiro (que sobrevive até hoje) da história do cinema. Foi dirigido por Friedrich Wilhelm Murnau, um dos principais cineastas do chamado "expressionismo alemão", movimento que teve seu apogeu na década de 20 e influenciou gerações de cineastas nos anos vindouros. Baseado livremente no livro de Bram Stoker (Drácula), o filme enfrentou problemas de distribuição por não ter tido o aval da viúva do escritor, e quase desapareceu da face da Terra antes mesmo que atingir o status de clássico que possui hoje.
Para quem conhece a história de Drácula e suas inúmeras variações como adaptações cinematográficas, não há grande mistério no enredo deste clássico do cinema mudo. Os nomes dos personagens principais e alguns conceitos da história foram alterados, apenas isso. Agora, o famigerado vampiro é o conde Orlok, que também vive na Transilvânia. O jovem Hutter deixa sua esposa e parte de sua cidadezinha na Alemanha para se encontrar com o conde e intermediar a compra de um imóvel. Mas ele descobre a duras penas (e com referências nada sutis à palavra "pescoço") que não é essa a verdadeira intenção de seu anfitrião. Os caminhos de ambos divergem quando Orlok deixa o castelo para se dirigir à cidade de Hutter e o rapaz escapa corajosamente de seu cativeiro.
A ambientação do filme é extremamente eficiente, com uma fotografia monocromática e granulada que se alterna o tempo todo entre os tons azuis (que simbolizam a noite) e os tons claros e amarelos (que simbolizam o dia). Até mesmo um trecho de filme em negativo foi incluído pelo diretor Murnau. A impressão que se tem é de estar assistindo àquelas antigas fotografias de nossos avós, que de repente ganharam vida e entraram em movimento! Contrariando a vertente expressionista na qual o filme se insere, há belas tomadas ao ar livre, algumas delas de uma textura dantesca e horripilante, como árvores se projetando aos céus e desfiladeiros e cumes que se estendem pelo horizonte. O clima fúnebre que domina a parte anterior ao clímax, quando a chamada "praga" toma conta da cidade, é muito bem construído e simbolizado pela fila de aldeões carregando os caixões a passos lentos e pesados. Max Schreck entrega uma performance intocável. Repugnante e assustador, seu vampiro é capaz ainda de provocar pena em algumas seqüências, para dali a pouco causar repulsa ao se mostrar um simples parasita, imóvel diante da câmera enquanto se alimenta de sua vítima desfalecida.
As cópias de Nosferatu que sobreviveram ao processo movido pela viúva de Bram Stoker fora da Alemanha foram continuamente trabalhadas e lançadas em diferentes versões, com legendas em inglês (como é o caso do DVD da Continental), e muito provavelmente não refletem completamente a obra original de Murnau. Tudo o que se pode imaginar é que o impacto deste filme, na época de seu lançamento, não deve ter sido pequeno. Hoje, algumas cenas são de fato motivo de riso, como as já mencionadas referências à palavra "pescoço". A música de acompanhamento desta edição em DVD, composta por Timothy Howard em 1991, pode não agradar a todos, mas é extremamente adequada na maior parte das cenas. Mesmo assim, com todas as alterações que o filme provavelmente sofreu ao longo do tempo, muitos ainda consideram Nosferatu o melhor filme de vampiro já realizado.
O DVD do filme faz parte do pacote "Expressionismo Alemão", que contém ainda O Golem, O Gabinete do Dr. Caligari, A Última Gargalhada e Fausto, estes dois últimos também de F. W. Murnau. Os extras se resumem a uma curta biografia do diretor e algumas fotos de divulgação do filme.



Friedrich Anton Christian Lang (Viena, 5 de Dezembro de 1890Los Angeles, 2 de Agosto de 1976) foi um realizador, argumentista e produtor nascido na Áustria.


Biografia
Considerado como um dos mais famosos nomes da escola do expressionismo alemão a trabalhar em Hollywood, nasceu em Viena, na Áustria, era filho de um engenheiro civil, que desejava que o filho seguisse a mesma carreira. Aos 21 anos mudou-se para Munique (1911), onde estudou pintura e escultura. Só não seguiu carreira nessas duas áreas porque fez amigos que trabalhavam com cinema.
Iniciou a carreira cinematográfica em Berlim, em 1918, como autor de roteiros caracterizados por forte grafismo. A efervescência cultural, política e social da cidade se reflecte nas suas primeiras obras. Em 1919 estreou na direção com um filme chamado Halbblut, que se encontra perdido e se sabe muito pouco sobre. Alcançou o primeiro sucesso com Os Espiões, do mesmo ano de sua estréia.
Ainda realizou A Morte Cansada (1921), Dr. Mabuse, o Jogador (1922), Die Nibelungen: Kriemhilds Rache (Os Nibelungos - a Vingança de Kriemhilds) e Die Nibelungen: Siegfried (Os Nibelungos - A Morte de Siegfried) (1924), Metropolis (1927), A Mulher na Lua (1928), Matou (M - O Vampiro de Dusseldorf) (1931) e O Testamento do Dr. Mabuse (1933).
Casado com a roteirista Thea Von Harbou, o casal foi convidado por Adolph Hitler, por intermédio do Ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, para produzir filmes para o Partido Nazi. Hitler era fã de cinema, e conta a lenda que a sua decisão de convidar Lang surgiu após ter assistido ao clássico Metropolis. Enquanto que Thea aceitou a função, Lang fugiu para Paris, onde chegou a produzir filmes antinazistas. Em 1934 emigrou para os Estados Unidos da América. Em Hollywood dirigiu Fúria (1936), Só Vivemos Uma Vez (1937), Feras Humanas (1941), Os Carrascos Também Morrem (1943), Almas Perversas (1945), Desengano (1952), O Rancho das Paixões (1952) e Corrupção (1953).
No final dos anos 50, voltou para Alemanha e ainda realizou três filmes antes de se aposentar. Atuou ainda como ator no filme O Desprezo (1963) de Jean-Luc Godard. Logo, voltaria para os Estados Unidos, onde morreria.

Filmografia
1960 - Os Mil Olhos do Dr. Mabuse (Die Tausend Augen des Dr. Mabuse)
1959 - Journey to the Lost City
1959 - Das Indische Grabmal
1959 - Der Tiger von Eschnapur
1956 - Beyond a Reasonable Doubt
1956 - While the City Sleeps
1955 - O Tesouro do Barba Ruiva (Moonfleet)
1954 - Desejo Humano (Human Desire)
1953 - Os Corruptos (Brasil) Corrupção (Portugal) (The Big Heat)
1953 - The Blue Gardenia
1952 - Clash by Night
1952 - O Rancho das Paixões (Rancho Notorious)
1950 - American Guerrilla in the Philippines
1950 - House by the River
1948 - Secret Beyond the Door
1946 - Cloak and Dagger
1945 - Almas Perversas (Scarlet Street)
1945 - Um Retrato de Mulher (The Woman in the Window)
1944 - Feras Humanas (Ministry of Fear)
1943 - Os Carrascos Também Morrem (Hangmen Also Die)
1941 - O Homem que Quis Matar Hitler (Man Hunt)
1941 - Os Conquistadores (Western Union)
1940 - A Volta de Frank James (The Return of Frank James)
1938 - You and Me
1937 - Só Vivemos uma Vez (You Only Live Once)
1936 - Fúria (Fury)
1935 - Coração de Apache
1934 - Liliom
1933 - O Testamento do Dr. Mabuse (Das Testament des Dr. Mabuse)
1931 - M, o Vampiro de Dusseldorf (M)
1929 - A Mulher na Lua (Frau im Mond)
1928 - Os Espiões (Spione)
1927 - Metropolis
1924 - Os Nibelungos - a Vingança de Kriemhilds (Die Nibelungen: Kriemhilds Rache)
1924 - Os Nibelungos - A Morte de Siegfried (Die Nibelungen: Siegfried)
1922 - Dr. Mabuse, o Jogador (Dr. Mabuse, der Spieler)
1921 - Vier um die Frau
1921 - A Morte Cansada (Der Müde Tod)
1920 - Das Wandernde Bild
1920 - Spinnen, 1. Teil: Die Der Goldene See
1919 - Die Pest in Florenz
1919 - Harakiri
1919 - As Aranhas (Spinnen, 1. Teil: Die Der Goldene See)
1919 - Der Har der Liebe
1919 - Halbblut

Curiosidades
Lang foi ferido quatro vezes enquanto lutava na Primeira Guerra Mundial. Em uma das vezes permaneceu por dois anos em um hospital. Nesse período escreveu dois roteiros, ambos vendidos para um famoso produtor da época. Um deles foi logo posto em produção. Quando estreou nos cinemas, Lang, feliz da vida, convidou toda a sua família para assistí-lo. Mas para a surpresa dele, o tal produtor não lhe deu os devidos créditos, retirando o seu nome e colocando o seu próprio na criação do roteiro. Para Lang, esse foi o momento mais humilhante de sua vida.
Lang ganhou uma participação em desenho animado para o filme de animação japonesa "Full Metal Alchemist: Conquerors of Shamballa" (Gekijyouban hagane no renkinjutsushi - Shanbara wo iku mono (2005)). Na história Lang é confundido por Edward Elric, o protagonista do anime, como sendo um Homunculu de seu mundo, este Fritz Lang acaba ajudando a Edward em seu jornada para retornar para casa. Na versão japonesa foi dublado por Hidekatsu Shibata.

Ver também
O Gabinete do Doutor Caligari, cujo roteiro teve participação de Fritz Lang.

Nenhum comentário: