sábado, 30 de junho de 2007

" TEXTO SBRE MAGIA E BRUXARIA "







ALQUIMIA, MAGIA E BRUXARIA
Autor Desconhecido
































Alquimia
Conta a lenda que o filósofo e alquimista árabe Averróis enterrou um raio de sol sob a primeira coluna à esquerda da mesquita de Córdoba, acreditando que, transcorridos oito mil anos, ele se converteria em ouro.A alquimia foi uma atividade pré-científica que visava alcançar uma melhor compreensão do cosmo, da matéria e do homem. Em particular, através do conhecimento da natureza da matéria, os alquimistas visavam transformá-la e transmutar metais de pouco valor em ouro e prata.Características da alquimia. Segundo os alquimistas, através de certas técnicas, que envolviam ciência, arte e religião, seria possível conseguir a transmutação de uma substância em outra. Por haverem desenvolvido e utilizado diversos procedimentos de laboratório, a alquimia foi uma atividade precursora da química, que lhe deve a descoberta de inúmeras substâncias e a invenção de grande variedade de instrumentos, que mais tarde desempenhariam papel de destaque no domínio da metodologia científica.A teoria da transmutação baseava-se na interpretação dada pela filosofia clássica grega à composição da matéria. Na época de Aristóteles, acreditava-se que toda substância compunha-se de diferentes proporções dos quatro elementos fundamentais: água, ar, fogo e terra. A partir desse princípio, os alquimistas desenvolveram seu postulado fundamental: "A matéria é única e pode sofrer transmutações mediante a variação das proporções entre seus componentes." Os alquimistas acreditavam também na existência de uma substância capaz de provocar essa transmutação, denominada elixir (do árabe al-iksir, "pó seco") ou pedra filosofal. A essa substância eram atribuídas outras propriedades, tais como o poder curativo e de rejuvenescimento, razão pela qual recebia também o nome de "elixir da vida" ou "panacéia universal".Entretanto, os alquimistas medievais tinham mais interesse nos poderes de transmutação da matéria atribuídos à pedra filosofal, uma vez que, se alcançada, essa técnica possibilitaria o fácil acesso à riqueza. Nicolas Flamel, tabelião e alquimista francês do século XIV, acumulou tamanha riqueza que seus contemporâneos imaginaram que ele houvesse finalmente descoberto o princípio do elixir da vida. Segundo a lenda, Flamel teria sonhado com um livro oculto, que revelava os segredos da "grande arte". O alquimista teria se dedicado à busca desse livro e, depois de encontrá-lo, o decifrara com a ajuda de um erudito judeu, conseguindo assim a transmutação de substâncias de pouco valor em ouro.O empenho com que se dedicaram à busca do ouro fez com que alguns alquimistas obtivessem muito poder; outros, porém, foram perseguidos. Na segunda metade do século XVI e no começo do XVII, Praga transformou-se no principal centro da prática da alquimia. Os imperadores Maximiliano II e Rodolfo II deram respaldo à obra de alguns alquimistas, e este último chegou a conceder título de nobreza ao alquimista alemão Michael Maier. Menos sorte teve o inglês Edward Kelly, encarcerado por ordem do próprio Rodolfo II.De maneira geral, o cristianismo se opôs à prática da alquimia, que considerava pagã. O próprio arcebispo de Praga foi perseguido pelo Concílio de Constance no século XV, e em 1530 foi promulgado em Veneza um decreto que condenava à morte os alquimistas. Devido a essas perseguições e a fim de manter em segredo suas descobertas, os alquimistas passaram a utilizar uma linguagem rica em símbolos e metáforas, só acessível aos iniciados. Era comum publicarem obras com pseudônimos ou atribuírem-nas a pessoas de reconhecido prestígio, como santo Alberto Magno, santo Tomás de Aquino ou Roger Bacon.Ao lado dos alquimistas que se empenharam honestamente em alcançar a pedra filosofal, houve aqueles que recorreram a fraudes como meio de obter dinheiro, fama e poder. Não era incomum construírem caixas de fundo falso, onde o ouro era escondido, aparecendo no momento oportuno, ou branqueá-lo com mercúrio, recuperando depois seu brilho por meio de calcinação.Histórico. A prática da alquimia teve início em tempos remotos na Índia, na China e na Europa. Certas características comuns parecem apontar uma mútua influência entre os antigos alquimistas chineses e hindus. Em ambas as culturas, o objetivo fundamental da alquimia não era a obtenção de ouro, mas sim o prolongamento da vida. Por conseguinte, nas civilizações orientais, a alquimia estava ligada mais de perto à medicina que à química.Ainda se discute a origem das idéias alquímicas. Enquanto alguns estudiosos defendem o desenvolvimento independente da alquimia na Índia e na China, outros consideram a possibilidade da transmissão de conhecimentos de uma dessas culturas para a outra. Os Vedas, textos sagrados hindus, fazem referência a uma provável relação entre o ouro e a longevidade. Os chineses, por sua vez, um século antes de Cristo, acreditavam ser possível alcançar a imortalidade através da ingestão de uma bebida de ouro, devido à resistência desse metal à corrosão.A alquimia européia baseou-se na astrologia (a palavra "alquimia" foi empregada pela primeira vez no tratado astrológico de Julius Maternus Firmicus, do século IV) e nas técnicas metalúrgicas dos sumérios e egípcios, que já obtinham o cobre a partir da malaquita, quatro mil anos antes da era cristã.Uma das primeiras obras sobre alquimia de que se tem notícia é o tratado Physica et mystica, atribuído ao egípcio, naturalizado grego, Bolos de Mende, que viveu na região do delta do Nilo por volta do ano 200 a.C. Nele se encontravam receitas para converter metais em ouro e prata, numa época em que eram divulgadas as idéias platônicas sobre a composição da matéria. Apesar da confusão provocada pelas falsas atribuições de livros e tratados a este ou aquele autor, parece ter existido, nessa época, numerosos praticantes da alquimia, tais como Ostan o Mago, Sofar o Persa e os egípcios Petesis e Chiuses. O tratado Physica et mystica é parte de uma compilação de textos realizada no século VIII, e inclui obras de cerca de quarenta autores, entre os quais Zózimo, que viveu no início da era cristã e exerceu grande influência sobre os alquimistas posteriores. Em suas obras, ele descreveu toda uma série de instrumentos, cuja invenção foi atribuída a Maria a Judia, uma das mais famosas mulheres que praticaram a alquimia.Após a conquista de Alexandria, em 642 da era cristã, os árabes incorporaram a seu saber as teorias dos alquimistas gregos e egípcios. Entretanto, alguns especialistas consideram que a alquimia árabe não teve como origem a Grécia, mas sim a escola asiática, provavelmente centrada na cidade turca de Harran. Entre os mais destacados alquimistas árabes cabe mencionar: Jabir (em latim, Geber), al-Razi, que no século X lançou os fundamentos para a descoberta dos ácidos minerais, e Avicena, responsável pela compilação, cem anos depois, dos conhecimentos dos alquimistas árabes.No século XII cresceu na Europa o interesse pela alquimia. A partir de traduções das obras dos alquimistas árabes, foram descobertas substâncias que constituiriam a base da ciência química: os ácidos minerais, o álcool (cuja descoberta é atribuída ao alquimista catalão Arnau de Vilanova, no século XIII) e elementos químicos como o antimônio, estudado por Basílio Valentín.Já no século XIII, o inglês Roger Bacon defendia a utilização do método científico, afirmando que "nada se pode conhecer com certeza, salvo através da experiência". No século XIV, Paracelso, para quem o objetivo da alquimia não era a obtenção de ouro, e sim de remédios, deu um importante impulso a essa disciplina, embora se jactasse de ter encontrado o elixir da vida.Durante esse período, a alquimia oscilou entre a ciência e o misticismo. Assim, enquanto o respeitado cientista inglês Isaac Newton se dedicava, no século XVII, a investigações sobre a obtenção de ouro, o alquimista holandês Jan Baptiste van Helmont estudava o dióxido de carbono, criando a palavra "gás".Com a publicação dos trabalhos de Lavoisier, no século XVIII, teve início a era da química, embora certos aspectos filosóficos da atividade alquímica tivessem sido preservados por seitas místicas, como a irmandade dos Rosacruzes.Os historiadores da química tendem a distinguir entre os aspectos positivos da alquimia e aqueles que consideram nocivos. Entre os primeiros cabe citar o descobrimento de novas substâncias e a invenção de novos instrumentos de trabalho, enquanto o principal caráter negativo apontado no procedimento alquimista refere-se ao descrédito do método científico.
Magia
Incluem-se entre os fenômenos mágicos uma ampla variedade de práticas e crenças rituais, que constituem o núcleo de vários sistemas religiosos, atos de exorcismo e mesmo prestidigitação com fins de entretenimento. No primeiro sentido, a magia se entende como fenômeno social e cultural, presente em todas as civilizações, em algumas das quais convive com o pensamento crítico da era científica e tecnológica.Magia é essencialmente um conjunto de representações ou atividades rituais supostamente capazes de influenciar os atos humanos ou o curso dos acontecimentos, por ação de forças místicas transcendentais. O animismo, ou seja, a convicção de que não existem diferenças essenciais entre seres animados e inanimados, costuma estar na base do pensamento mágico. As práticas mágicas incluem, assim, o uso de objetos especiais e a recitação de fórmulas mágicas. A natureza da magia, bem como sua função social e psicológica, é freqüentemente mal compreendida em virtude das múltiplas formas que ela assume e de sua relação com outros comportamentos religiosos. As incertezas decorrem em grande parte das idéias sobre evolução cultural e histórica do século XIX, que distinguem a magia de outros fenômenos religiosos e identificam-na com sociedades arcaicas e primitivas, ou como simples superstição sem significado cultural.Em virtude dessa concepção, a magia foi tida como diversa de outros ritos e crenças religiosas. Sua semelhança e conexão essencial com eles -- uma vez que tanto as religiões organizadas quanto as crenças mágicas apelam para a influência das forças místicas externas sobre a existência humana -- passaram, portanto, despercebidas. Para dificultar a compreensão da magia, disseminou-se a idéia segundo a qual os atos mágicos carecem da natureza intrinsecamente espiritual própria dos atos religiosos, pois se fundamentam muito mais na manipulação externa do que na oração e constituem, portanto, um tipo mais simples e inferior de religiosidade.Desse ponto de vista, existe uma diferença relevante entre magia e religião: enquanto esta se associa ao relacionamento entre os homens e as forças espirituais, em que o compromisso pessoal é básico, o procedimento mágico é visto principalmente como um ato técnico, em que o vínculo pessoal não é tão importante ou está ausente, embora a força que está por trás dos atos mágicos e religiosos seja a mesma.A magia é freqüentemente confundida com a feitiçaria, especialmente na história das religiões européias. Os antropólogos modernos, no entanto, distinguem entre magia, que é a manipulação de poderes externos por meios mecânicos ou comportamentais para afetar outras pessoas, e feitiçaria, qualidade inerente ao indivíduo que apresenta, no entanto, os mesmos objetivos.A adivinhação, ou capacidade de entender os agentes místicos que afetam os indivíduos e o curso dos acontecimentos, difere da magia porque seu objetivo não é interferir nos acontecimentos, mas compreendê-los. O poder místico dos adivinhos e o poder que governa as forças mágicas são, no entanto, de mesma espécie.História. A magia, em suas diferentes formas, parece integrar todos os sistemas religiosos conhecidos. O conhecimento sobre a magia pré-histórica é limitado, em função da falta de dados confiáveis. Muitas pinturas e gravações em cavernas são tidas como representações de figuras entregues à prática da magia orientada para favorecer a caça e as atividades do feiticeiro. As informações sobre os fenômenos mágicos das antigas culturas orientais, greco-romanas, cristãs européias e das sociedades primitivas contemporâneas são muito mais completas.A maioria dos relatos sobre a cultura mesopotâmica e a egípcia chama de magia, ou formas de pensamento mágico ou mitopoético (relativo à criação dos mitos) todos os rituais registrados. Os faraós do Egito, por exemplo, reis divinizados, eram por isso mesmo venerados e tidos como capazes de controlar a natureza e a fertilidade. Seus poderes como mágicos, no entender dos estudiosos, eram expressão da onipotência real.Na Roma antiga, muita importância foi dada à feitiçaria. Esse fenômeno parece ter resultado do desenvolvimento de novas classes urbanas, cujos membros dependiam de seus próprios esforços, tanto em termos materiais como mágicos, para derrotar os adversários e alcançar o sucesso. Há registro de fórmulas mágicas na cultura romana para obter sucesso no amor, nos negócios, nos jogos e também proferir discursos persuasivos.Há muitos registros históricos da Idade Média e de períodos posteriores sobre a magia. Conforme se sabe a partir de estudos históricos e antropológicos recentes sobre feitiçaria, magia e sincretismo religioso, a magia é especialmente dominante em períodos de rápida mudança e mobilidade social, quando novas relações e conflitos pessoais assumem importância maior do que as relações familiares tradicionais, típicas de tempos de estabilidade. A Europa parece não ter sido exceção, especialmente quando a igreja, lutando para assegurar sua hegemonia, dirigiu acusações de prática de magia contra seus adversários.Um dos aspectos mais conhecidos da magia européia, divulgado e combatido pela Igreja Católica, é a prática herética de fazer pactos com os espíritos malévolos. Característico da história da magia européia foi também o uso que se fez dela como parte da tradição hermética. Seguidores dessa tradição, mais identificada na verdade com a alquimia que com a magia, eram às vezes considerados magos diabólicos, cujos conhecimentos proviriam de um pacto com o demônio. A sociedade tolerava a maioria deles, no entanto, porque suas práticas, embora estranhas, eram tidas como parte da tradição hermética judaica e cristã.Grande parte do que se sabe sobre a magia nas sociedades ágrafas contemporâneas deriva de relatos antropológicos feitos por pessoas do mundo não-ocidental que acreditam na magia. Foram feitas descrições detalhadas, por exemplo, sobre as sociedades da Oceania e da África e de muitas sociedades muçulmanas em que persistem crenças pré-islâmicas, como na Malásia e na Indonésia. Esses relatos, porém, raramente distinguem magia de feitiçaria e adivinhação, encontradas em praticamente todas as sociedades orientais conhecidas.Estrutura e funções. As pessoas podem executar atos mágicos sozinhas ou procurar os préstimos de um mago, alguém que sabe como executar os procedimentos rituais e pode ser recompensado por isso. Segundo se acredita, essa habilidade pode ser transmitida por herança, comprada por outros magos, ou ainda inventada pelo mago para ser executada por ele mesmo. Os magos podem ser consultados para fins nefastos, para proteger um cliente da magia prejudicial feita por terceiros ou por razões puramente benévolas. O caráter moralmente neutro da magia parece universal, embora, em qualquer sociedade, se discuta seu emprego para fins benignos ou malignos.Há normalmente três elementos principais na magia: a fórmula mágica, o ritual e a condição ritual do executante. Os objetos rituais se incluem entre as fórmulas mágicas. Essa distinção foi feita pioneiramente pelo antropólogo Bronislaw Malinowski em seus estudos sobre os habitantes das ilhas Trobriand, na Melanésia. Freqüentemente as fórmulas mágicas empregam vocabulário arcaico ou esotérico. Entre os habitantes das ilhas Trobriand, a fórmula é especialmente importante: usar as palavras certas, da maneira certa, é considerado essencial para a eficácia do ritual. Para os maori, da Nova Zelândia, esse elemento é tão importante que um erro na recitação da fórmula pode levar à morte do mago.Bastante difundido é também o uso de objetos materiais, de natureza muito variada. Em alguns casos, os elementos que visam a causar dano são realmente venenosos, mas em geral não provocam efeitos práticos, apenas os representam. É uma prática comum entre os magos, por exemplo, tentar prejudicar uma pessoa destruindo algum elemento de seu corpo (como aparas de unhas e cabelos) ou algo que tenha estado em contato com ela (uma roupa ou outro objeto pessoal).O significado do rito mágico quase nunca é percebido por aqueles que acreditam que a magia difere essencialmente da religião. Parece universal, porém, que a magia seja praticada apenas em situações rituais formais e cuidadosamente definidas. O rito pode ser simbólico, como ocorre com o ato de borrifar o solo com água para fazer chover, ou com a ação de destruir uma imagem em cera para prejudicar uma pessoa. Tanto o mago quanto o rito devem observar certos tabus. Ao mago são impostas restrições alimentares e sexuais e a não-observação desses cuidados anula a magia. O respeito às interdições indica aos demais a importância do rito e dos objetivos desejados.São muitas as funções da magia, mas há dois aspectos principais: o instrumental e o expressivo. Uma característica básica dos ritos e crenças mágicas é que os praticantes acreditam que eles são instrumentais, ou seja, eficientes, projetados para alcançar certas finalidades na natureza ou no comportamento de pessoas. O aspecto simbólico ou expressivo está sempre presente e é por causa dele que a magia pode ser melhor compreendida como parte de um sistema religioso.Teorias sobre a magia. Os primeiros estudos sobre magia foram elaborados pelos sábios judeus e cristãos, preocupados em relacioná-la com suas crenças, identificando-a como um vestígio de paganismo e como heresia. Durante o final do século XIX, antropólogos começaram a estudar a magia e sua influência na evolução das religiões mundiais.Os primeiros estudos antropológicos sobre a magia foram realizados por Edward Tylor, que no livro Primitive Culture (1871; Cultura primitiva) definiu magia como uma pseudociência, em que o "selvagem" incorretamente afirma uma relação direta de causa e efeito entre o ato mágico e o acontecimento desejado. Em The Golden Bough (1890; O ramo de ouro), James Frazer redefiniu as concepções de Tylor sobre o pensamento mágico, discutiu o relacionamento da magia com a religião e a ciência e situou-as num quadro evolutivo. Frazer aceitou a teoria de Tylor sobre a falsa relação de causa e efeito entre a magia e os efeitos naturais e analisou os princípios que governam essa falsa relação.Esses autores e seus seguidores, como Ranulph Marett, entenderam magia como uma questão essencialmente individual e intelectual, uma das formas como o indivíduo reflete sobre o mundo. Outros autores ampliaram a discussão e abordaram a questão do ponto de vista da função social da magia, como fizeram os sociólogos franceses Marcel Mauss e Émile Durkheim. Em Les Formes élémentaires de la vie religieuse (1912; As formas elementares da vida religiosa), Durkheim afirmou que os ritos mágicos envolvem a manipulação de objetos sagrados em nome de indivíduos. O significado socialmente coesivo dos ritos religiosos propriamente ditos não estava presente. As idéias do sociólogo francês foram seguidas por Radcliffe-Brown, autor de The Andaman Islanders (1922; Os habitantes das ilhas Andaman) e, em menor medida, por Malinowski, influenciado mais por Frazer e pelos primeiros psicanalistas.Radcliffe-Brown sustentava que a função social da magia era manifestar a importância que o acontecimento desejado reveste para a comunidade. Malinowski considerava a magia um fenômeno oposto à religião, além de direta e essencialmente relacionado às necessidades psicológicas do indivíduo.Os estudos mais recentes sobre os sistemas mágicos se fizeram tomando como objeto a magia de povos da África e da Oceania. Basearam-se essencialmente nas idéias de Malinowski e Radcliffe-Brown e no mais importante trabalho sobre o tema que surgiu depois desses autores: Witchcraft, Oracles and Magic Among the Azande (1937; Feitiçaria, oráculos e magia entre os azandes), de Edward Pritchard.Freud, autor de Totem e tabu (1918), exerceu, durante algum tempo, grande influência sobre os estudiosos do pensamento mágico com a idéia segundo a qual a magia, a primeira fase no desenvolvimento do pensamento religioso, era similar, em seus processos essenciais, ao pensamento de crianças e neuróticos. Essa concepção pressupõe que selvagens, crianças e neuróticos acreditam que desejo e intenção levam automaticamente a atingir o objetivo desejado. Essa idéia foi abandonada pelos especialistas, não só por que revela incompreensão da natureza expressiva do ritual mágico, como também porque estabelece equivocadas semelhanças de comportamento entre os grupos humanos comparados.
Bruxaria
A freqüente presença do fenômeno milenar da bruxaria em culturas distantes de seu substrato atesta a perpetuação de certas modalidades de funcionamento do espírito humano. No entanto, inúmeros trabalhos etnológicos ou históricos não lograram ainda dirimir todos os problemas ligados a sua definição ou explicação.Bruxaria consiste no exercício, com intenção maligna, de pretensos poderes sobrenaturais por meio de ritos mágicos e com o fim de causar malefício a certas pessoas ou a seus bens, assim como benefícios diretos ou indiretos a seus praticantes. O fenômeno existe desde os tempos pré-históricos e faz parte dos procedimentos de numerosas crenças animistas. Aparece já em Homero e na própria mitologia grega, em que a feiticeira Medéia ocupa lugar de destaque no ciclo dos argonautas. Na literatura latina, o tema despertou o interesse de vários autores, especialmente Apuleio, Petrônio e Horácio.No universo judeu-cristão, a presença das bruxas verifica-se desde o Velho Testamento. Em um momento crucial de sua vida, Saul consultou a feiticeira de Endor, embora pela lei de Moisés a bruxaria fosse punida com a morte. No cristianismo primitivo, conhecia-se a prática de ritos mágicos, mas os apóstolos consideravam-na fruto de ardis do demônio, pois entendiam que somente Deus dispunha de poderes sobrenaturais.História. A bruxaria ressurgiu e intensificou-se na Europa do século X ao XII, quando as heresias dos cátaros trouxeram de volta a crença na influência do demônio, o que favoreceu a interpretação de que a bruxaria era produto do contato com suas forças. Realizaram-se nesse período vários processos contra bruxas, promovidos pelo poder civil. Entretanto, a questão só assumiu aspectos dramáticos a partir do século XIV, quando a igreja implantou os tribunais da Inquisição para reprimir tanto a disseminação das seitas heréticas como a prática de magia e outros comportamentos considerados pecaminosos. Ao dar especial relevo ao problema, a perseguição contribuiu para que ele adquirisse ainda maiores proporções. Nessa época, o fenômeno freqüentemente se caracterizou como manifestação coletiva, de grandes dimensões e profunda repercussão na vida religiosa, no direito penal, nas artes e na literatura.Daí em diante, à medida que proliferaram os tribunais da Inquisição, os processos aumentaram rapidamente. A acusação sistemática só se verificou na época que é considerada a última fase da Idade Média, o fim do século XV, principalmente após a bula Summis desiderantes affectibus (1484), do papa Inocêncio VIII, e da obra Malleus maleficarum (1487; Martelo das feiticeiras), dos dominicanos Heinrich Kraemer e Johann Sprenger, em que se firmaram as normas do processo inquisitorial contra a feitiçaria.A época da verdadeira epidemia de bruxas e teóricos do assunto é a dos séculos XVI e XVII, no contexto da Reforma e da Contra-Reforma. Ainda que, como nos outros casos, implicasse a prática da magia, incluía quase sempre a invocação do demônio e a mobilização de seus poderes, o que a associava à concepção do mal na teologia cristã e a tornava um desafio à moralidade religiosa. Apareceram então os grandes sistematizadores da demonologia -- Jean Bodin, autor de De la démonomanie des sorciers (1580; Da demonomania dos feiticeiros), e o jesuíta Martinus Antonius Delrio, autor de Disquisitionum magicarum libri VI (1599; Seis livros de pesquisas sobre magia). Nessa fase, a bruxaria tornou-se tema freqüente na literatura e nas artes plásticas: sobressaíram, por exemplo, Macbeth, uma das mais célebres tragédias de Shakespeare, e as gravuras de Baldung Grien e Jacques Callot.A perseguição às bruxas foi metódica e violenta no norte da França, no sul e oeste da Alemanha e muito especialmente na Inglaterra e na Escócia, onde houve o maior número de vítimas. Os colonizadores ingleses levaram esse procedimento para a América do Norte, onde, em 1692, ocorreu o famoso processo contra as bruxas de Salem, em Massachusetts.Em geral, acusava-se de bruxaria mulheres velhas, mas com menor freqüência também jovens e, excepcionalmente, homens. As acusações registradas contra essas pessoas referiam-se a toda espécie de malefícios contra a vida, a saúde e a propriedade: aborto das mulheres, impotência dos homens, doenças humanas ou do gado, catástrofes e temporais. As bruxas eram também denunciadas por pactos com o diabo. Montadas em vassouras, voariam pelos ares e se reuniriam em lugares ermos para celebrar o sabá e entregar-se a orgias. Como cultuariam Satanás, considerava-se que este lhes aparecia como monstro cornudo e sequioso de sacrifícios.O racionalismo e o espírito científico, que caracterizaram o Iluminismo do fim do século XVII e do século XVIII, contribuíram para o fim desses processos e para que não mais se admitisse perseguição judiciária em casos de superstições populares. O último processo na Inglaterra ocorreu em 1712, e a última fogueira de bruxas na Europa foi acesa em 1782, no cantão suíço de Glarus.Teorias antropológicas. O fenômeno histórico da bruxaria suscitou numerosos estudos antropológicos, para os quais a intolerância das autoridades eclesiásticas, tanto católicas como protestantes, não seria razão suficiente para explicar o fenômeno de psicopatologia coletiva que representou a crença na bruxaria. Muitos chegaram a acreditar na ocorrência de uma alucinação mediante a qual, contaminadas pela crença geral, muitas mulheres teriam admitido participar de práticas que nunca realmente exerceram.Outra corrente interpreta a crença nas bruxas como resquício de antigas religiões autóctones européias, nunca inteiramente desarraigadas pela cristianização, que depois se teria mesclado com doutrinas cristãs sobre o diabo. Uma referência seriam as valquírias da mitologia germânica, que, como as bruxas, voavam pelos ares.No século XX, essa teoria aperfeiçoou-se nas teses da antropóloga inglesa Margaret Murray, para quem a bruxaria seria resíduo de uma religião pré-histórica, um culto da fertilidade que sobreviveu à cristianização, sobretudo no meio rural e nas populações descendentes de raças submetidas, como os celtas, o que explica a forte divulgação do culto nas ilhas britânicas. O culto teria sido ressuscitado sobretudo em tempos de enfraquecimento da igreja, como aconteceu no período da Reforma, nos séculos XVI e XVII. A teoria de Murray, em seus aspectos principais, é rejeitada hoje pela maior parte dos pesquisadores, que a consideram infundada.Outro britânico, Hugh R. Trevor-Roper, acentuou que, embora realmente a bruxaria tivesse um substrato folclórico, foi a igreja medieval que o sistematizou e o codificou com o fim de reprimir a heresia e exercer coação sobre os desvios doutrinários, criando com isso um autêntico tratado de demonologia.Essa mescla de ritos arcaicos, superstições, convulsões políticas e perseguições oficiais, que precisavam de bodes expiatórios, fomentou as alucinações de membros de grupos sociais marginalizados -- talvez com manifestações paranormais -- e a imaginação coletiva. Pelo menos na história da Europa, a bruxaria seria basicamente um significativo reflexo das tensões sociais acumuladas nos séculos que antecederam a modernidade. No interior da Inglaterra e de muitos outros países, porém, a crença na bruxaria, sua prática e numerosos ritos de magia persistem até hoje.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

" LIVRE DO APRISIONAMENTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! "




DEPOIS DE ALGUNS BREVES DIAS EU RETORNEI AQUI, DEPOPIS DE 11.06.07 EU SÓ CONSEGUI REESTABELECER MINHA BANDA LARGA DIA 21.06.07, BASTA À UM SUBTERFUGIO BEM CLARO E CONCISO: " - FUI EMBORA DAQUELE NINHO DE COBRAS, FALCATRUAS E PUXA-SACOS CHAMADO HSS SERVIÇOS E SISTEMAS !!!!!! "
DIGA-SE DE PASSAGEM, A MELHOR COISA QUE EU J[A FIZ EM TODA A MINHA VIDA, EXPLORADORES DESALMADOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
MAS PARA DEIXAR ALGO PRA POSTERIORIDADE, LEIAM:

AS SETE LEIS PARA O SUCESSO
Deepak Chopra
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO
1. A LEI DA POTENCIALIDADE PURA
2. A LEI DA DÁDIVA
3. A LEI DO “KARMA” OU DA CAUSA-EFEITO
4. A LEI DO MENOR ESFORÇO
5. A LEI DA INTENÇÃO E DO DESEJO
6. A LEI DO DESPRENDIMENTO
7. A LEI DO “DHARMA” OU DA FINALIDADE DA VIDA
SUMÁRIO E CONCLUSÃO
ACERCA DO AUTOR
AGRADECIMENTOS
Gostaria de exprimir a minha gratidão e amizade às seguintes pessoas:
janet MilIs por ter acalentado este livro desde a sua concepção até ao
seu acabamento. Rita Chopra, Mallika Chopra e Gautama Chopra por
constituírem a expressão viva das Sete Leis Espirituais. Ray Chambers,
Gayle Rose, Adrianna Nienow, David Simon, George Harrison, Olivia
Harrison, Naomi Judd, Demi Moore e Alice Walton pela coragem e
empenhamento que mostraram no que respeita a esta visão inovadora,
inspiradora, sublime, nobre e transformadora das nossas vidas. Roger
Cabriel, Brent Becvar, Rose Bueno-Murphy e toda a gente do Sharp
Center For Mínd-Body Medicine pelos encorajadores exemplos dados aos
nossos convidados e doentes. Deepak Singli, Geeta Singh e toda a
minha equipa das Edições Quantum pela suas incans veis energias e
dedicação. Muriell Nellis pelo seu inabalável propósito de manter o
mais elevado nível de integridade em todos os projectos. Richard Perl
por ter constituído um tão excelente exemplo de auto-referência.
Arielle Ford pela sua inabalável fé no autoconhecimento e pelo seu
empenho em transformar as vidas de tantas pessoas. E Bill Elkus pela
sua compreensão e amizade.
INTRODUÇÃO
Embora este livro se intitule As Sete Leis Espirituais do Sucesso, também se poderia chamar As
Sete Leis Espirituais da Vida, porque se trata aqui dos mesmos princípios que a natureza aplica para criar
tudo o que faz parte da existência material - tudo o que podemos ver, ouvir, cheirar, saborear ou tocar. No
meu livro Como Alcançar Prosperidade: A Consciência da Riqueza no Campo de Todas as Possibilidades,
estabeleci os passos para alcançar a consciência da riqueza, baseando-nos num verdadeiro conhecimento
dos movimentos da natureza. As Sete Leis Espirituais do Sucesso constituem a essência dessa
aprendizagem.
Quando essa sabedoria se incorpora na nossa consciência, dá-nos a capacidade de criar uma
riqueza ilimitada com um mínimo de esforço e permite-nos realizar com êxito todos os nossos projectos. O
sucesso na vida poderia definir-se como a constante expansão da felicidade e a progressiva realização de
objectivos meritórios. O sucesso consiste na capacidade de realizarmos os nossos desejos com um mínimo
de esforço. E, no entanto, o sucesso, incluindo a criação de riqueza, foi sempre considerado um processo
que exige um trabalho árduo e muitas vezes pensa-se que ele só se alcança à custa dos outros.
Necessitamos de uma abordagem mais espiritual do sucesso e da prosperidade, que consiste no fluxo
abundante de todas as coisas boas para nós. Com a sabedoria e a prática da lei espiritual, colocamo-nos
em harmonia com a natureza e somos capazes de criar com despreocupação, alegria e amor. Há muitos
aspectos do sucesso; a riqueza material constitui apenas uma componente. Para além disso, o sucesso
consiste numa viagem, não constitui um destino. Acontece que a abundância material, em todas as suas
formas de expressão, constitui uma das coisas que torna a viagem mais agradável. Mas o sucesso também
requer uma boa saúde, energia e entusiasmo pela vida, fazer amizades, liberdade criativa, estabilidade
emocional e psicológica, sensação de bem-estar e paz de espírito.
Mesmo possuindo a experiência de todas estas coisas, não nos sentiremos realizados, se não
acalentarmos dentro de nós as sementes da divindade. Na realidade, somos feitos de divindade, embora
encoberta, e os deuses e deusas em embrião, que se encontram dentro de nós, procuram materializar-se
plenamente. O verdadeiro sucesso consiste, portanto, na experiência do miraculoso. Consiste no
desdobramento da divindade dentro de nós. Constitui a percepção da divindade para onde quer que vamos,
em tudo aquilo que observamos - nos olhos de uma criança, na beleza de uma flor, no vôo de uma ave.
Quando começarmos a entender a nossa vida como a miraculosa expressão da divindade - não
ocasionalmente, mas sempre - então compreenderemos o verdadeiro significado do sucesso.
Antes de definirmos as sete leis espirituais, vamos começar por perceber o conceito de lei. A lei
consiste no processo pelo qual o não-manifesto se torna manifesto; constitui o processo pelo qual o
observador se torna no observado; constitui o processo pelo qual aquele que vê se transforma naquilo que
é visto; consiste no processo pelo qual o sonhador manifesta o sonho. Toda a criação, tudo o que existe no
mundo físico, constitui o resultado do não-manifesto transformando-se a si próprio em manifesto. Tudo
aquilo que observamos provém do desconhecido. O nosso corpo físico, o nosso universo físico - tudo e
qualquer coisa de que nos apercebamos através dos sentidos - consiste na transformação do nãomanifesto,
do desconhecido e do invisível em manifesto, conhecido e visível. O universo físico não é mais
do que o Eu voltando-se para Si Próprio para se realizar a Si Próprio como alma, espírito e matéria física. A
consciência em movimento exprime-se sob a forma dos objectos do universo na eterna dança da vida. A
fonte de toda a criação é a divindade (ou a alma); o processo da criação consiste na divindade em
movimento (ou o espírito); e o objecto da criação consiste no universo físico (que inclui o corpo físico). Estes
três componentes da realidade - alma, espírito e corpo, ou observador, processo de observação e
observado - constituem essencialmente a mesma coisa. Todos provêm do mesmo local: o campo da
potencialidade pura, que pertence ao campo do não-manifesto puro. Na verdade, as leis físicas do universo
constituem todo este processo da divindade em movimento, ou da consciência em movimento. Quando
compreendemos estas leis e as aplicamos nas nossas vidas, podemos criar tudo o que quisermos, porque
as leis que a natureza aplica para criar uma floresta, uma galáxia, uma estrela, ou um corpo humano, são as
mesmas que nos podem trazer a realização dos nossos mais Profundos desejos. Agora vamos passar para
As Sete Leis Espirituais do Sucesso e ver como as podemos aplicar nas nossas vidas.
A LEI DA POTENCIALIDADE PURA
A LEI DA POTENCIALIDADE é a fonte de toda a criação que
consiste na consciência pura. Ou seja, a potencialidade pura
procurando exprimir o não-manifesto através do manifesto e, quando
percebemos que o nosso verdadeiro Eu é potencialidade pura, aliamo-nos
ao poder que manifesta tudo no universo. No princípio Não havia
existência nem não-existência, Todo este mundo era feito de energia
não-manifesta... O Uno respirava, sem movimentos, através do seu
próprio poder Nada mais havia... Hino da Criação, Rig Veda A
primeira lei espiritual do sucesso é a Lei da Potencialidade
Pura. Esta lei baseia-se no facto de sermos, no nosso estado essencial,
consciência pura. A consciência pura é potencialidade pura; constitui o
campo de todas as possibilidades e da criatividade infinita. A
consciência pura constitui a nossa essência espiritual. A sabedoria
pura, o silêncio infinito, o equilíbrio perfeito, a invencibilidade, a
simplicidade e a beatitude constituem outros atributos da consciência
pura. Esta é a nossa natureza essencial. A nossa natureza essencial é
constituída por potencialidade pura. Quando descobre a sua natureza
essencial e sabe quem de facto é, nesse conhecimento de si próprio
encontra a capacidade para realizar todos os sonhos, porque nós somos a
possibilidade eterna, o potencial imensurável de tudo o que foi, é e
será. A Lei da Potencialidade Pura também se podia chamar a Lei da
Unidade, porque subjacente à infinita diversidade da vida se encontra a
unidade de uma alma total e universal. Não há separação entre nós e
este campo de energia. O campo da potencialidade pura é o nosso próprio
Eu. E quanto mais possuirmos a experiência da nossa verdadeira
natureza, mais próximo nos encontramos do campo da potencialidade pura.
A experiência do Eu, ou “auto-referência”, significa que o nosso ponto
de referência interior é constituído pela nossa própria alma e não
pelos objectos da nossa experiência. O oposto da auto-referência
constitui a referência ao objecto. No plano da referência ao objecto,
estamos sempre a procurar a aprovação dos outros. O nosso pensamento e
o nosso comportamento são sempre em função de uma resposta. Por isso
se baseiam no medo. No plano da referência ao objecto, também sentimos
uma necessidade intensa de controlar as coisas. Sentimos uma
necessidade intensa de poder externo. A necessidade de aprovação, a
necessidade de controlar as coisas e a necessidade de poder externo
baseiam-se no medo. Esta espécie de poder não representa o
poder da potencialidade pura, nem o poder do Eu, nem um poder
real. Quando experimentamos o poder do Eu, o medo desaparece,
deixamos de ter uma necessidade de controlo compulsiva e
deixamos de lutar pela aprovação e pelo poder externo. No plano
da referência ao objecto, o nosso ponto de referência interior
é o nosso ego. Mas o ego não constitui aquilo que de facto somos. O
ego representa a nossa auto-imagem; é a nossa máscara social; constitui
o papel que desempenhamos. A nossa máscara social precisa de aprovação
para se engrandecer. Procura dominar e mantém-se através do poder que
exerce, porque vive no medo. O nosso verdadeiro Eu, que é a nossa
alma, encontra-se totalmente liberto destas coisas. É imune à crítica,
não teme os desafios, e não se sente inferior a ninguém. E, no
entanto, também é humilde e não se sente superior a ninguém, pois
reconhece que todos os outros constituem o mesmo Eu, a mesma alma, sob
diferentes formas. Esta constitui a diferença essencial entre a
referência ao objecto e a auto-referência. No plano da auto-referência
possuímos a experiência do nosso verdadeiro eu, que não teme nenhum
desafio, respeita todas e não se sente inferior a ninguém. O
auto poder constitui, portanto, o verdadeiro poder. Mas o poder
baseado na referência ao objecto representa um poder falso. Sendo um
poder baseado no ego, apenas dura enquanto o objecto de referência se
encontra presente. Se uma pessoa tiver determinado título - se for
presidente de um país ou presidente de uma corporação - ou se tiver
muito dinheiro, o poder de que desfruta desaparece no momento em que
perde o título, o trabalho, o dinheiro. O poder baseado no ego só dura
enquanto durarem essas coisas. Logo que o título, o trabalho, o
dinheiro desaparecerem, também o poder desaparece. o autopoder, pelo
contrário, é permanente, porque se baseia no conhecimento do Eu. E o
autopoder apresenta algumas características importantes. Atrai as
pessoas para nós e também atrai até nós as coisas que desejamos.
Magnetiza as pessoas, as situações, e as circunstâncias, de modo a
apoiarem os nossos desejos. Também se chama a isto apoio das leis da
natureza. É o apoio da divindade; um apoio que provém do facto de nos
encontrarmos em estado de graça. Este poder faz com que sintamos
alegria em nos sentirmos ligados às outras pessoas e elas também
sintam alegria em se encontrarem ligadas a nós. Passamos a ter um
poder de atracção uma atracção que se baseia no verdadeiro amor. Como
podemos aplicar a Lei da Potencialidade Pura, ao campo de todas as
possibilidades, às nossas vidas? Se quiser desfrutar dos benefícios do
campo da potencialidade pura, se quiser aproveitar ao máximo a
criatividade inerente à consciência pura, tem de ter acesso a ela. Uma
das formas de ter acesso a este campo é através da prática diária do
silêncio, meditação e não-julgamento. Passar tempo no meio da natureza
também constitui uma forma de acesso às qualidades inerentes a este
campo: criatividade infinita, liberdade e beatitude. A prática do
silêncio significa que a pessoa se compromete a reservar algum tempo
para Ser apenas. A experiência do silêncio significa que a pessoa se
retira periodicamente da actividade da palavra. Nesses períodos, a
pessoa também se retira de actividades como ver televisão, ouvir
rádio, ou ler um livro. Se nunca tomarmos a oportunidade de
experimentar o silêncio, o nosso diálogo interior será sempre
turbulento. Reserve com alguma frequência um tempo para o silêncio. Ou
mantenha apenas a regra de guardar silêncio por um certo período de
tempo, todos os dias Poderia experimentar duas horas por dia, ou se
lhe parecer demasiado, experimente apenas durante uma hora de cada
vez. E de vez em quando, tente a experiência do silêncio durante um
período extenso de tempo, como um dia inteiro, dois dias, ou mesmo uma
semana inteira. O que acontece quando se entrega a esta experiência do
silêncio? No princípio, o seu diálogo interior torna-Se ainda mais
turbulento. Sente uma enorme necessidade de dizer qualquer coisa.
Conheci pessoas que ficavam quase loucas no primeiro e no segundo dia
em que iniciavam um período de silêncio. De repente, as pessoas
parecem sentir-se pressionadas e ansiosas. Mas se persistirem na
experiência, o seu diálogo interior começará a tornar-se sereno. E
depressa o silêncio se torna profundo. Isto acontece porque depois de
algum tempo, o espírito rende-se; percebe que não vale a pena andar
para cá e para lá, se você - o Eu, a alma, aquele que escolhe - se
decidiu por não falar, durante um certo período. Assim, quando o
diálogo interior se acalma com o tempo, começamos a experimentar a
serenidade do campo da potencialidade pura. A prática periódica do
silêncio, do modo que for mais conveniente para si, constitui uma
forma de experimentar a Lei da Potencialidade Pura. Outra, é fazer
todos os dias algum tempo de meditação. O ideal seria reservar pelo
menos trinta minutos para meditar, de manhã, e outros trinta à tarde.
Através da meditação, terá a experiência do campo do silêncio puro e
do conhecimento puro. No campo do silêncio puro encontra-se o campo da
correlação infinita, o campo do poder organizador infinito, o
princípio primeiro da criação, onde todas as coisas se ligam umas às
outras de modo inseparável. Na quinta lei espiritual, a Lei da
Intenção e do Desejo, verá como pode introduzir um ligeiro impulso de
intenção neste campo, e a criação dos seus desejos surgirá,
espontânea. Mas primeiro tem de fazer a experiência da serenidade. A
serenidade constitui o primeiro requisito para podermos manifestar os
nossos desejos, porque é na serenidade que reside a nossa ligação ao
campo da Potencialidade pura, onde uma infinidade de pormenores se
organiza para nós. imagine que atira uma pedra pequena para as águas
paradas de uma lagoa e fica a ver as ondas que provocou na
água. Depois de algum tempo, quando as ondas se acalmam,
talvez atire outra pedra pequena. É exactamente aquilo
que faz quando entra no campo do silêncio puro e introduz a
sua intenção. Nesse silêncio, até a mais leve intenção produz
ondas no princípio subjacente da consciência universal, que
estabelece as ligações de todas as coisas umas com as outras.
Mas se não passar pela serenidade da consciência, se o
seu espírito for como um oceano turbulento, pode atirar lá para
dentro o Empire State Building, que nada acontecerá. Na Bíblia,
encontramos a expressão
“Adquire serenidade e reconhece-me como Deus”. Isto
só se pode realizar através da meditação. Outra forma de
chegar ao campo da potencialidade pura é através da prática do nãojulgamento.
O julgamento representa a constante avaliação das coisas
como certas ou erradas, boas ou más. Quando se está sempre a avaliar,
a classificar, a rotular, a analisar, cria-se uma imensa turbulência
no nosso diálogo interior. Essa turbulência dificulta o fluxo de
energia entre nós e o campo da potencialidade pura. Fechamos assim a
“abertura” entre os pensamentos. A abertura constitui a nossa ligação
ao campo da potencialidade pura. Constitui o estado de conhecimento
puro, aquele espaço silencioso entre os pensamentos, aquela
serenidade interior que nos liga ao verdadeiro poder. E quando
fechamos a abertura, fechamos a nossa ligação ao campo da
potencialidade pura e da criatividade infinita. Há uma oração
em A Course in Miracles, onde se diz “Hoje não julgarei nada do que
ocorrer. O não-julgamento cria um silêncio no nosso espírito.
Portanto, é uma boa ideia começar o dia com esse propósito. E durante
o dia, recorde-se desse propósito sempre que se aperceber de que está
a fazer um julgamento. Se lhe parecer demasiado difícil manter este
procedimento durante todo o dia, pode apenas decidir para si próprio:
“Durante as próximas duas horas não vou fazer julgamentos sobre nada.”
ou “Durante a próxima hora vou Praticar o não-julgamento”. Depois, vai
aumentando a Pouco e pouco o tempo de duração da experiência. Através
do silêncio, da meditação e do não-julgamento, terá acesso à Lei da
potencialidade Pura. Quando começar a praticá-la, pode acrescentar um
terceiro componente a essa prática - passar, com regularidade, algum
tempo em comunhão com a natureza. Passar tempo com a natureza
permite-lhe adquirir o sentido da interacção harmoniosa de todos os
elementos e forças e dar-lhe sentido de unidade com tudo na vida. A
ligação com a inteligência da natureza, quer se trate de um rio, uma
floresta, uma montanha, um lago, ou a beira-mar, também o ajudará a
entrar no campo da potencialidade pura. Deve aprender a relacionar-se
com a mais íntima essência do seu ser. Essa verdadeira essência
encontra-se para além do ego. Não teme nada; é livre; é imune à
crítica; não teme nenhum desafio. Não é inferior a ninguém, não é
superior a ninguém e é plena de magia, mistério e encantamento.
Reconhecer a sua verdadeira essência também lhe trará um conhecimento
interior daquilo que se representa, o espelho das suas relações com os
outros, pois todas as relações constituem um reflexo da sua relação
consigo próprio. Por exemplo, a culpa, medo e insegurança no que
respeita ao dinheiro e ao sucesso, ou a qualquer outra coisa,
representa um reflexo da culpa, medo e insegurança que constituem
aspectos básicos da sua personalidade. Nenhum dinheiro ou sucesso
poderá resolver estes problemas básicos da sua existência; apenas a
intimidade com o Eu lhe trará uma verdadeira cura. E quando se
basear no conhecimento do seu verdadeiro eu - quando de facto
compreender a sua verdadeira natureza - nunca se sentirá
culpado, amedrontado, ou inseguro acerca de dinheiro,
prosperidade, ou realização dos seus desejos, porque compreenderá que a
essência de toda a riqueza material é constituída por energia vital, é
potencialidade pura. E a pura potencialidade constitui a sua natureza
intrínseca. Quanto mais próximo estiver da sua verdadeira natureza mais
espontaneamente receberá pensamentos criativos, porque o campo da
potencialidade pura também constitui o campo da criatividade infinita
e do conhecimento puro. Como Franz Kafka, o filósofo e poeta austríaco
disse: “Não é necessário sair do seu quarto. Fique sentado à sua mesa
e escute. Nem sequer precisa de escutar, espere apenas. Nem precisa de
esperar, aprenda a tornar-se tranquilo, sereno e solitário. O mundo
virá naturalmente oferecer-se-lhe, para através de si se revelar. Não
poderá deixar de fazê-lo; desdobrar-se- em êxtase aos seus pés.” A
prosperidade do universo - a prodigalidade e abundância do universo -
constitui uma expressão do espírito criativo da natureza. Quanto mais
sintonizados estivermos com o espírito da natureza, mais fácil será o
nosso acesso à sua imensa e infinita criatividade. Mas primeiro terá
de ultrapassar a turbulência do seu diálogo interior para estabelecer
a ligação com esse espírito abundante, próspero, infinito e criativo.
E assim cria a possibilidade de uma actividade dinâmica, que ao mesmo
tempo é acompanhada pela serenidade do espírito criativo, eterno e
imenso. Esta peculiar combinação do espírito silencioso, imenso e
infinito com o espírito individual, dinâmico e ilimitado, constitui o
equilíbrio perfeito da serenidade e do movimento simultâneos, que
podem criar tudo aquilo que se quiser. Esta coexistência de opostos -
serenidade e dinamismo ao mesmo tempo torna-nos independentes de
situações, circunstâncias, pessoas e coisas. Quando tivermos
serenidade para reconhecer esta peculiar coexistência de opostos,
aliamo-nos ao mundo da energia - a sopa quântica, a não-substância
não-material que constitui a fonte do mundo material. Esse mundo de
energia é fluido, dinâmico, elástico, mutável, sempre em movimento. E,
no entanto, também é imutável, sereno, tranquilo, eterno e silencioso.
A serenidade, por si, constitui a potencialidade da criatividade; o
movimento, por si, constitui a criatividade restrita a um
determinado aspecto da sua expressão. mas a combinação de
movimento e serenidade permite-lhe libertar a sua criatividade
em todas as direcções para onde quer que o poder da sua atenção
o conduza. Para onde quer que o movimento e a acção o conduzam,
não deixe que a sua serenidade interior o abandone. Assim, o
movimento caótico à sua Volta nunca ensombrará o seu acesso ao
depósito de criatividade, o campo da potencialidade pura. de todos os
tempos da vida, o campo da criatividade pura é o da criatividade
ilimitada.
Pratico o não-julgamento. Começo o dia com o pensamento,
com o seguinte propósito: “Hoje não farei nenhum julgamento
sobre nenhuma coisa” e durante todo o dia esforço-me por não fazer nenhum julgamento.
COMO APLICAR A LEI DA POTENCIALIDADE PURA
Ponho em prática a Lei da Potencialidade Pura,
seguindo estes passos:
1 Entro em contacto com o campo da potencialidade pura, reservando
todos os dias algum tempo para praticar o silêncio, para Ser apenas.
Para além disso, sento-me sozinho em meditação silenciosa pelo menos
duas vezes por dia, durante cerca de trinta minutos de manhã e trinta
minutos de tarde.
2 Todos os dias reservo algum tempo para comungar com a natureza e para
testemunhar em silêncio a inteligência que existe em todas as coisas
vivas. Sento-me, em silêncio e contemplo o pôr do Sol, escuto o som do
oceano ou de um rio, ou aspiro apenas o perfume de uma flor. No êxtase
do meu próprio silêncio e através da comunhão com a natureza,
desfrutarei da vibração milenar da vida, do campo da potencialidade pura e da criatividade infinita.
A LEI DA DÁDIVA
O universo opera através da
troca dinâmica... dar e receber constituem diferentes aspectos do fluxo
de energia do universo. e se estivermos dispostos a dar
aquilo que procuramos, a abundância do universo circulará nas nossas
vidas.
A vida renovada volta sempre a esse frágil vaso tantas e tantas
vezes esvaziado. Nessa pequena flauta de cana que te acompanhou
por montanhas e vales tocaste sempre novas melodias. As tuas dádivas
infinitas chegam às minhas minúsculas mãos. O tempo passa e tu
continuas a fluir e há sempre espaço para receber as tuas dádivas.
Rabindranath Tagore, Gitanjali
A LEI DA DÁDIVA
A segunda lei espiritual do sucesso é a Lei da Dádiva. A Esta - lei
também se podia chamar A Lei de Dar e Receber, pois o universo opera
através da troca dinâmica. Nada é estático. O nosso corpo mantém-se em
troca Constante e dinâmica com o corpo do universo; o nosso espírito
mantém uma interacção dinâmica com o espírito do cosmos; a nossa
energia constitui uma expressão da energia cósmica. O fluxo da vida
constitui apenas a interacção harmoniosa de todos os elementos e forças
que estruturam o Campo da existência. Essa interacção harmoniosa de
elementos e forças da vida funciona como a Lei da Dádiva. COMO o nosso
corpo, o nosso espírito e o universo vivem da troca constante e
dinâmica, fazer parar a circulação da energia é como parar o fluxo do
sangue. Quando o sangue deixa de fluir, começa a formar grumos, a
coagular, a estagnar. Por isso se deve dar e receber, para que a
riqueza e a prosperidade - ou tudo aquilo que quiser continuem a
circular nas nossas vidas. A prosperidade provém da afluência, palavra
cuja raiz “affluere”, significa “fluir para”. O termo “afluência” significa
“fluir com abundância. O dinheiro constitui de facto um símbolo
da energia vital que trocamos e da energia vital que utilizamos como
resultado dos serviços que prestamos ao universo. O termo inglês “currency”, aplicado ao dinheiro em
circulação revela bem a natureza
fluente da energia. A palavra “currency” vem da palavra latina
“currere”, que significa “Correr” ou fluir. Portanto, se pararmos a
circulação do dinheiro, se a nossa única intenção for guardar e
acumular dinheiro, também faremos com que ele deixe de voltar a
circular nas nossas vidas, já que o dinheiro constitui energia vital.
Para que essa energia continue a chegar até nós, temos de a manter em
circulação. Como um rio, o dinheiro deve fluir, senão começa a
estagnar, a parar, a sufocar e estrangular a sua própria força vital. A
circulação mantém-o vivo. Todas as relações implicam dar e receber. O
dar engendra o receber e o receber engendra o dar. Aquilo que sobe
também desce; aquilo que vai também volta. Na realidade, receber
representa a mesma coisa que dar, pois dar e receber constituem
diferentes aspectos do fluxo de energia do universo. E se pararmos
qualquer destes fluxos, estamos a interferir com a inteligência da
natureza.
Em cada semente encontra-se a promessa de milhares de florestas. Mas a
semente não deve ser guardada; deve fazer oferta da sua inteligência ao
solo fértil. Através da dádiva, a sua energia oculta flui para a
manifestação material. Quanto mais der, mais receberá, porque assim a
abundância do universo continuará a circular na sua vida. Na verdade,
tudo o que na vida tem valor multiplica-se quando se dá. Aquilo que
não se multiplica através da dádiva não merece ser dado nem recebido.
Se, no acto de dar, sentir que perdeu alguma coisa, a dádiva não foi
feita com sinceridade e nada se multiplicará. Se der de má vontade, não
haverá nenhuma energia nessa dádiva. A intenção que se encontra por
de trás do acto de dar e receber é o mais importante. A intenção deve ser
sempre para gerar alegria para quem dá e para quem recebe, para que a
felicidade constitua o apoio e o suporte da vida E portanto gera o
progresso. O retorno é directamente proporcional à dádiva, se esta for
incondicional e feita com amor. Por isso o acto de dar tem de ser feito
com alegria. É preciso que o seu estado de espírito seja de alegria no
próprio acto de dar. Assim a energia que se encontra por de trás da dádiva
multiplica-se muitas vezes. Na verdade, a prática da Lei da Dádiva é
muito simples: se quer alegria, dê alegria aos outros; se quer amor,
aprenda a dar amor; se quer atenção e apreço, aprenda a dar atenção e
apreço; se quer prosperidade material, ajude os outros a tornarem-se
prósperos no aspecto material. O modo mais fácil para obter aquilo que
queremos é de facto ajudar os outros a obterem aquilo que querem.
Este princípio aplica-se da mesma forma a indivíduos, corporações,
sociedades e nações. Se quiser que a vida o abençoe com todas as
coisas boas, aprenda a abençoar os outros, em silêncio, com todas as
coisas boas da vida. Até a ideia de dar, a ideia de abençoar, ou uma
simples oração têm o poder de afectar os outros. Isto acontece porque
o nosso corpo, reduzido ao seu estado essencial constitui um feixe
localizado de energia e informação implica energia, que se manifestam
sob a forma de pensamento. Portanto, somos feixes de pensamento num
universo pensante. E o pensamento possui o poder de transformar. A
vida consiste na eterna dança da consciência, que se exprime pela
troca dinâmica de impulsos de inteligência entre o microcosmo e o
macrocosmo, entre o corpo humano e o corpo universal, entre o espírito
humano e o espírito cósmico. Quando aprendemos a dar aquilo que
desejamos para nós, activamos e coreografamos a dança, através do
movimento delicado, enérgico e vital, que constitui a eterna vibração
da vida. O melhor meio para pôr em prática a Lei da Dádiva é dar
início a todo o processo de circulação, que consiste em tornar a
decisão de dar qualquer coisa a cada pessoa com quem contactamos. Não
tem de ser sob a forma de coisas materiais; pode ser uma flor, um
cumprimento, uma oração, Na verdade, as mais poderosas formas de dar
não são Materiais. O carinho, a atenção, o afecto, o apreço e o amor
constituem algumas das mais preciosas dádivas que se podem oferecer e
não custam nada. Quando encontrar alguém pode, em silêncio, fazer
recair uma bênção sobre essa pessoa, desejando-lhe felicidade,
alegria e prazer. Este tipo de dádiva silenciosa revela-se muito
poderoso. Uma das coisas que me ensinaram em criança, e que eu depois
também ensinei aos meus filhos, foi o nunca ir a casa de ninguém sem
levar qualquer coisa. Nunca visitar ninguém sem levar uma oferta. Pode
perguntar: “Como posso dar alguma coisa aos outros em certas alturas,
se não tenho o suficiente para mim?” Pode, leve uma flor. Pode levar
um bilhete ou um postal que diga qualquer coisa acerca dos seus
sentimentos pela pessoa que está a visitar. Pode fazer um cumprimento
ou uma oração. Tome a decisão de dar, para onde quer que vá, ou quem
quer que vá visitar. Na medida em que der, também receberá. Quanto
mais der, maior será a sua fiança nos efeitos miraculosos desta lei. E
quanto mais receber, mais aumentará a sua capacidade para dar. A nossa
verdadeira natureza consiste na prosperidade e na abundância; somos
naturalmente prósperos, porque a natureza provê todas as necessidades
e desejos. Não nos falta nada, porque a nossa natureza se baseia na
potencialidade pura e nas possibilidades infinitas. Portanto, aceitemos
a prosperidade como inerente à nossa natureza, independentemente de
termos pouco ou muito dinheiro, pois o campo da potencialidade pura
constitui a fonte de toda a riqueza. É a consciência que sabe como
realizar todas as necessidades, incluindo alegria, amor, prazer, paz,
harmonia e sabedoria. Se procurar primeiro estas coisas, não só para
si, mas também para os outros, tudo o resto lhe chegará
espontaneamente.
COMO APLICAR A LEI DA DÁDIVA
Ponho em prática a Lei da Dádiva, seguindo os passos:
1 onde quer que vá, ou seja quem for que vá encontrar, levo comigo uma
oferta. A oferta pode ser Um cumprimento, uma flor ou uma oração. Hoje
vou oferecer qualquer coisa a todos aqueles com quem contactar e, assim
darei início ao processo de fazer circular alegria, riqueza e
prosperidade na minha vida e nas vidas dos outros.
2 Hoje receberei com gratidão todas as dádivas que a vida me ofertar.
Receberei as dádivas da natureza: a luz do Sol, o canto das aves, as
chuvas de Outono, as primeiras neves do Inverno. Também espero receber
dos outros dádivas, sejam elas sob a forma de dinheiro, um cumprimento
ou uma oração.
_ 3 Comprometo-me a manter a riqueza a circular na minha vida,
dando e recebendo as mais preciosas dádivas da vida: dádivas de
carinho, afecto, apreço e amor. sempre que
encontrar alguém, desejar-lhe-ei, em silêncio, felicidade, alegria e
prazer..............
3. A LEI DO “KARMA” OU DA CAUSA-EFEITO
Toda a acção gera uma força de energia que nos é devolvida na
mesma espécie... aquilo que semeamos é aquilo que colhemos. E quando
escolhemos acções que trazem aos outros felicidade e
sucesso, o fruto do nosso karma será de felicidade e
sucesso. o karma constitui a eterna afirmação da
liberdade humana... os nossos pensamentos, as nossas palavras e
obras formam as malhas da rede com que nos envolvemos.
Swami Vivekananda
A terceira lei espiritual do sucesso é a Lei do Karma. A palavra “Karma”
significa a acção e a sua consequência; constitui ao mesmo tempo causa
e efeito, porque toda a acção gera uma força de energia que nos é
devolvida na mesma espécie. Não há nada de novo na Lei do Karma.
Todos já ouvimos a expressão “Colherás aquilo que semeares”. Como é
óbvio, se queremos criar felicidade nas nossas vidas, temos de aprender
a semear as sementes da felicidade. Portanto, o karma implica a acção
da escolha consciente. Nós somos acima de tudo sujeitos dotados da
possibilidade infinita de escolher. Em todos os momentos da nossa
existência, encontramo-nos naquele campo de todas as possibilidades
que nos dá acesso a uma infinidade de escolhas. Algumas dessas
escolhas são feitas conscientemente, outras fazem-se
inconscientemente. Mas a melhor forma de compreender e aproveitar ao
máximo a aplicação da Lei do Karma é adquirir o conhecimento
consciente das escolhas que se fazem em cada momento. Quer isto lhe
agrade ou não, todas as coisas que lhe acontecem no momento presente
resultam das escolhas que fez no passado. infelizmente, muitos de
nós fazemos escolhas das quais não temos consciência, por isso não as
vemos como escolhas. No entanto, Se eu o insultasse, o mais provável
seria você fazer a escolha de ficar ofendido. Se eu lhe fizesse um
cumprimento, o mais provável seria você sentir-se satisfeito ou
lisonjeado. Mas pense bem nisto: Não deixa de ser uma escolha. Eu
poderia ofendê-lo e insultá-lo e você poderia escolher não ficar
ofendido. Eu poderia fazer-lhe o cumprimento e você também poderia
escolher não se lisonjear por isso. Por outras palavras, a maioria de
nós apesar de sermos sujeitos dotados de uma infinita possibilidade de
escolha tornamo-nos feixes de reflexos condicionados nos quais as
pessoas e as circunstâncias desencadeiam efeitos de comportamento
previsíveis. Esses reflexos condicionados funcionam como os reflexos
de Pavlov. pavlov ficou conhecido por ter demonstrado que, se dermos a
um cão qualquer coisa de comer sempre que tocarmos uma campainha, em
breve o cão começará a salivar só de ouvir o som da campainha, porque
faz a associação de um estímulo com o outro. A maioria de nós, como
resultado do condicionamento, responde de formas repetitivas e
previsíveis aos estímulos do ambiente. As nossas reacções parecem ser
automaticamente desencadeadas pelas pessoas e pelas circunstâncias e
esquecemo-nos de que elas não deixam de ser escolhas que estamos
sempre a fazer em cada momento da nossa existência. Apenas fazemos
essas escolhas inconscientemente. Se olhar para trás por um instante e
reparar nas escolhas que faz no momento em que as faz, só pelo simples
acto de testemunhar as suas escolhas transporta todo o processo do
âmbito do inconsciente para o âmbito do consciente. Este processo de
escolha consciente e observada transmite-nos um grande poder. Sempre
que fizer uma escolha, qualquer escolha pergunte duas coisas a si
mesmo: em primeiro lugar, Quais são as consequências desta escolha que
estou a fazer?” o seu coração logo lhe dará a resposta; em segundo
lugar, “Esta escolha que estou a fazer trará alegria, a mim e aos que
me rodeiam?” Se a resposta for sim, mantenha a escolha. Se a resposta
for não, se a escolha trouxer angústia, a si ou aos que o rodeiam, diga
não a essa escolha. É tão simples como isto. Só há uma escolha, entre
toda a infinidade de escolhas que pode fazer em cada segundo, que
trará ao mesmo tempo felicidade para si e para os que o rodeiam. E
quando fizer essa escolha, daí resultar uma forma de comportamento
que designaremos por acção correcta espontânea. A acção correcta
espontânea consiste na acção correcta praticada no momento certo.
Constitui a resposta certa para todas as situações à medida que elas
ocorrem. É a acção que lhe dá suporte, a si e a todos os que estiverem
sob a influência dela. O universo possui um mecanismo muito
interessante para nos ajudar a fazer espontaneamente as escolhas
correctas. Esse mecanismo encontra-se ligado às sensações do corpo. O
nosso corpo sofre dois tipos de sensações: sensação de conforto e
sensação de desconforto, Sempre que fizer uma escolha consciente.
Consulte o seu corpo e pergunte-lhe: “Se é isto, o que é que vai
acontecer? Se o seu corpo der uma mensagem de conforto, encontra-se
perante a escolha correcta. Se o seu corpo emitir uma mensagem de
desconforto, encontra-se perante a escolha errada. Para algumas
pessoas, a mensagem de conforto e desconforto situa-se na área do plexo
solar, mas para a maioria das pessoas situa-se na área do coração. Em
consciência, volte a sua atenção para o coração e pergunte-lhe o que
deve fazer. Depois espere pela resposta, uma resposta física sob a
forma de sensação. Pode ser o mais leve grau do sentir - mas está lá,
no seu corpo. Apenas o coração sabe a resposta correcta. A maioria das
pessoas pensa que o coração é piegas e sentimental. Mas não é. O
coração é intuitivo, holístico, contextual e relacional. Não possui
uma orientação de ganho-perda. Bate no computador cósmico - o campo da
potencialidade pura, da sabedoria pura e do poder organizador infinito
- e toma tudo em conta. Por vezes pode não parecer racional, mas o
coração possui uma capacidade de computador que mostra muito mais
exactidão e precisão do que tudo o que se pode encontrar dentro dos
limites do pensamento racional. Pode utilizar a Lei do Karma para
produzir dinheiro e Prosperidade, e para que todas as coisas boas
fluam para si sempre que quiser. Mas primeiro tem de estar bem
consciente de que o seu futuro é gerado pelas escolhas que fizer em
cada momento da sua vida. Se fizer isto com regularidade, aproveitará
ao máximo a Lei do Karma. Quanto mais trouxer as suas escolhas para o
plano do conhecimento consciente, mais escolhas rectas espontâneas fará
- tanto para si como para aqueles que o rodeiam.
O que podemos fazer acerca do karma do passado e como o influenciar a ele agora? Há três coisas que
pode fazer acerca do karma do passado. Uma é pagar as suas dívidas de karma. A maioria das pessoas
escolhe fazer isso
inconscientemente, claro. Também pode fazer essa escolha. Muitas
vezes, o pagamento dessas dívidas implica muito sofrimento, mas a Lei
do Karma afirma que nenhuma dívida no universo fica por pagar. O
sistema contabilístico do universo é perfeito e todas as coisas
constituem uma constante troca de energia “para lá e para cá”. A
segunda coisa que pode fazer é transformar o seu karma numa
experiência melhor. Este constitui um Processo muito interessante,
através do qual se interroga a si mesmo, enquanto paga a sua dívida de
karma: “posso eu aprender com esta experiência? Porque está isto a
acontecer-me? Que mensagem quer o universo transmitir-me? Como posso
tornar esta experiência útil para os outros seres humanos?” Fazendo
isto, procura a semente da oportunidade e depois liga-a ao seu dhanna,
a sua finalidade na vida, de que falaremos na Sétima Lei Espiritual do
Sucesso. Isto permite-lhe transmutar o karma para uma forma de
expressão diferente. Por exemplo, se partir uma perna quando estiver a
fazer desporto, pode perguntar a si próprio: “O que posso aprender com
esta experiência? Que mensagem quer o universo dar-me?” Talvez a
mensagem seja que você está a precisar de abrandar, e ser mais
cuidadoso Ou atento ao seu corpo, para a próxima vez. E se o seu
kharma for ensinar aos outros aquilo que aprendeu, perguntando “Como
posso eu tornar esta experiência útil para mim e para os outros seres
humanos?”, talvez decida partilhar aquilo que aprendeu, escrevendo um
livro sobre como praticar desportos com segurança. Ou Pode conceber
uns sapatos especiais ou um apoio especial para a perna, de modo a
prevenir o tipo de acidente que lhe ocorreu. Assim, ao mesmo tempo que
paga a sua dívida de karma, também converte a adversidade num bem que
lhe pode trazer riqueza e realização. Esta é a forma de transmutar o
seu karma numa experiência positiva. Na verdade, não se libertou dele,
mas conseguiu pegar num dos seus aspectos e transformá-lo num karma novo
e positivo. A terceira forma de lidar com o karma é transcendê-lo.
Transcender o karma é tornar-se independente dele. A forma de
transcender o karma consiste na experiência da abertura, do Eu, da
Alma. É como lavar uma peça de roupa suja numa corrente de água. Cada
vez que a lava, limpa-a de algumas nódoas. Se continuar a lavá-la
repetidas vezes, de cada vez vai ficando um pouco mais limpa. Consegue
lavar ou transcender as sementes do seu karma entrando na abertura e
voltando a sair. Claro que isto se faz através da prática da
meditação. Todas as acções consistem em aspectos do karma. Tomar uma
chávena de café consiste num aspecto do karma. Essa acção gera memória
e a memória possui a capacidade ou a potencialidade para gerar
desejo. E O desejo gera de novo acção. O software operacional da nossa
alma é constituído por karma, memória e desejo A nossa alma consiste
num feixe de consciência que possui as sementes do karma, da memória e
do desejo. Ganhando consciência destas sementes de manifestação,
torna-se gerador de realidade consciente. se um sujeito consciente das
escolhas que faz, começa a gerar acções que são evolucionárias para si
e para aqueles que o rodeiam. Isso é tudo o que precisa de fazer. Se o
karma for evolucionário - tanto para o Eu como para todos os que são
afectados pelo Eu, o fruto do karma será de felicidade e sucesso.
_ COMO APLICAR A LEI DO KARMA
Ponho em prática a Lei do Karma, seguindo os passos:
1 Hoje vou observar cada escolha que fizer. E através da simples
observação dessas escolhas, trago-as para o campo do meu conhecimento
consciente. Reconhecerei que a melhor forma de me preparar para todos
os momentos do futuro consiste em ser plenamente consciente no
presente.
2 Sempre que fizer uma escolha, farei duas perguntas a mim próprio:
“Que consequências advirão desta escolha que estou a fazer?” e “Esta
escolha trar-me-á realização e felicidade, a mim e aos que por ela
serão afectados?
3 Depois pedirei conselho ao meu coração e deixar-me-ei conduzir pela
sua mensagem de conforto. Se a escolha significar conforto, adiro
totalmente a ela. Se a escolha implicar desconforto, paro e observo as
consequências da minha acção, por meio da minha visão interior. Este
conselho dá-me a possibilidade de fazer escolhas espontâneas e
correctas para mim e para todos aqueles que me rodeiam.
4. A LEI DO MENOR ESFORÇO
A inteligência da natureza funciona com um mínimo de esforço.
com despreocupação, harmonia e amor. E quando aproveitamos as forças da
harmonia, a alegria e o amor críamos sucesso e felicidade com um mínimo
de esforço. Um ser integral conhece sem agir, vê sem olhar e
realiza sem fazer.
Lao Tzu,
A quarta lei espiritual do sucesso é a Lei do Menor Esforço. Esta lei
baseia-se no facto de a inteligência e a natureza funcionarem
com um mínimo de esforço e total despreocupação. Este
constitui o princípio da mais reduzida acção, da não
resistência. Constitui, portanto, o princípio da harmonia e do
amor. Quando aprendemos esta lição da natureza, realizamos os
nossos desejos com facilidade. Se observarmos a natureza em
acção, veremos como o esforço despendido é mínimo. A relva não se
esforça Para crescer, cresce apenas. Os peixes não se esforçam para
nadar, mas nadam. As flores não tentam florescer, apenas florescem. As
aves não tentam voar, mas voam. É intrínseco à natureza. A terra não
se esforça para girar em torno do seu eixo; faz parte da natureza. O
estado de beatitude faz parte da natureza dos bébés. Brilhar faz parte
da natureza do sol. Brilhar e cintilar faz parte da natureza das
estrelas. Pertence à natureza humana fazer com que os sonhos se
manifestem sob a forma física, com um mínimo de esforço. Na ciência
védica, a ancestral filosofia da índia, que é conhecida como o
princípio da economia de esforço, ou “faça menos e realize mais”.
Acaba por Ir, dar a um estado em que não faz nada e realiza tudo. Isto
significa que existe apenas uma ténue ideia e a manifestação dessa
ideia surge sem esforço. Aquilo que vulgarmente se designa por
“milagre”, na verdade constitui uma expressão da Lei do Menor Esforço.
A inteligência da natureza funciona sem esforço, na fricção, com
espontaneidade. É não-linear; é intuiticalística e estimulante. E
quando uma pessoa se encontra em harmonia com a natureza, quando já,
adquiriu conhecimento do seu verdadeiro Eu, pode aplicar a lei do
Menor Esforço. Despendemos o menor esforço quando as acções são
motivadas pelo amor, porque a natureza é estruturada pela energia do
amor. Quando procuramos poder e controlo em relação às outras pessoas,
quando procuramos dinheiro ou poder, oiçamos a energia de que
desfrutamos. para satisfazer o ego, gastamos energias atrás de uma
ilusão de felicidade, em vez de desfrutarmos da felicidade do momento.
Quando procuramos dinheiro apenas para nosso lucro pessoal,
interrompemos o nosso fluxo de energia. e interferimos na expressão da
inteligência da natureza. Mas quando as nossas acções são motivadas
pelo amor, a nossa energia multiplica-se e acumula excesso de energia
que possuímos e, que pode ser canalizada para criar aquilo que
quisermos, incluindo riqueza ilimitada. Pense no seu corpo físico como
um instrumento de controlo de energia: ele pode gerar, armazenar e
despender energia. Se souber como gerar, armazenar e desprender
energia de modo eficiente, poderá criar toda a riqueza que quiser. A
atenção dirigida para o ego consome uma grande parte da energia.
Quando o nosso Ponto de referência interior é o ego, quando procuramos
Poder e controlo em relação às outras pessoas ou a aprovação dos
outros, desperdiçamos as nossas energias. Quando essa energia se
encontra liberta, pode ser canalizada e aplicada, de modo a criar tudo
o que quisermos. Quando a alma constitui o nosso ponto de referência
interior, quando nos tornamos imunes à crítica e deixamos de temer
desafios, podemos aproveitar o poder do amor e utilizar a energia de
forma criativa, no sentido da prosperidade e da evolução. Em The Art
of Dreamíng, Don Juan diz a Carlos Castaneda “... gastamos a maior
parte da nossa energia para preservarmos a nossa importância. Se
fôssemos capazes de perder alguma dessa importância, duas coisas
extraordinárias aconteceriam. Primeiro, libertaríamos a nossa energia
do esforço para mantermos a ideia ilusória da nossa grandeza; segundo,
ganharíamos energia suficiente para captar um relance da verdadeira
grandeza do universo.”
A Lei do Menor Esforço possui três componentes, três coisas que pode
fazer para pôr em prática este princípio de “faça menos e realize
mais”. O primeiro componente é a capacidade de aceitação. A
capacidade de aceitação requer apenas que estabeleça a seguinte regra:
“Hoje vou aceitar as pessoas, as situações, as circunstâncias e os
acontecimentos tal como eles ocorrerem.” isto significa que sabemos
que aquele momento foi aquilo que devia ser, e como deveria ser. Esse
momento pelo qual está a passar agora constitui o culminar de todos os
momentos que viveu no passado. Esse momento é como é, porque todo o
universo é como é. Quando luta contra esse momento, está de facto a
lutar contra todo o universo. Em vez disso, pode tomar a decisão de
hoje não lutar contra todo o universo, lutando contra esse momento.
Isso significa que a sua aceitação desse momento é total e completa.
Aceita as coisas como elas são, não como gostaria que fossem na
altura. É importante perceber isto. Pode desejar que no futuro as
coisas sejam diferentes, mas nesse momento tem de aceitar as coisas
como elas são. Quando se sentir frustrado ou aborrecido por uma pessoa
ou situação, lembre-se de que não está a reagir a essa pessoa ou a
essa situação, mas aos seus sentimentos acerca da pessoa ou da
situação. Esses são os seus sentimentos e os seus sentimentos não são
da responsabilidade dos outros. Quando reconhecer e compreender isto
na totalidade, encontra-se preparado para aceitar a responsabilidade
por aquilo que sente e para modificar os seus sentimentos. E se
conseguir aceitar as coisas como são, encontra-se preparado para se
responsabilizar pela sua situação e por todas as ocorrências que lhe
parecem problemas. isso conduz-nos ao segundo componente da Lei do
Menor Esforço: responsabilidade. O que significa responsabilidade? A
responsabilidade significa não culpar ninguém, nem a si próprio, pela
sua situação. Depois de ter aceite determinada circunstância,
ocorrência, ou problema, a responsabilidade significa a capacidade de
ter uma resposta criativa à situação tal como ela se apresenta no
momento. Se conseguir isto, todas as famosas situações problemáticas
poderão tornar-se uma oportunidade para a criação de coisas novas e
boas, e todas as pessoas atormentadoras e tiranas lhe servirão para
aprender mais a realidade e constituir uma interpretação. E se
escolher interpretar a realidade desta forma, aproveitará muitos
ensinamentos e terá muitas oportunidades de evoluir. Sempre que tiver
de enfrentar alguém tirano ou atormentador, um professor, um amigo, ou
um adversário (todos significam a mesma coisa) lembre-se disto: “Este
momento é aquilo que deveria ser.” Sejam quais forem as relações que
tenha trazido para a sua vida, serão sempre aquelas de que necessita no
momento que passa. Há Um significado oculto por trás de tudo o que
acontece, e esse significado oculto serve a nossa evolução. O terceiro
componente da Lei do Menor Esforço é o distanciamento, o que significa
que o seu conhecimento se deve estruturar através do distanciamento e
que deverá renunciar à necessidade de convencer ou persuadir os outros
dos seus pontos de vista. Se observar as pessoas à sua volta, verá que
elas passam noventa e nove por cento do tempo a defender os seus
pontos de vista. Se renunciar à necessidade de defender os seus pontos
de vista, por meio dessa renúncia ganhará acesso a imensas quantidades
de energia que antes tinham sido desperdiçadas. Quando se torna
defensivo, culpabiliza os outros e não aceita render-se ao momento
presente, a sua vida encontra resistência. Sempre que encontrar
resistência, o melhor é reconhecer que se forçar a situação, apenas
aumentará a resistência. Não deve manter-se rígido como os altos
carvalhos que a tempestade quebra e derruba. Em vez disso, deve ser
flexível como o junco que dobra durante a tempestade, mas sobrevive.
Desista de todo de defender os seus pontos de vista. Se não tiver
nenhum ponto de vista para defender, não dar ocasião a que surjam
argumentos. Se praticar isto com consistência, se deixar de lutar e
resistir, experimentará a plenitude do presente, que constitui uma
dádiva. Alguém disse um dia: “O passado é história, o futuro, um
mistério, este momento é uma dádiva. Por isso este momento se chama
presente. Se aproveitar o presente e formar com ele uma unidade,
fundindo-se nele, sentirá um fogo, um brilho, uma centelha de êxtase
vibrando em todos os seres vivos sensitivos. Quando começamos a sentir
esta exultação da alma em todos os seres vivos, quando nos começamos a
familiarizar com essa sensação, a alegria nasce dentro de nós,
liberta-nos das terríveis amarras e obstáculos criados pelas pessoas
defensivas, ressentidas e angustiadas. Só então sentiremos alegria,
despreocupação, prazer e liberdade. Dotado desta liberdade simples e
cheia de alegria, O seu coração sabe sem dúvida que você terá as
coisas que deseja quando quiser, porque os seus desejos provêm do
plano da felicidade, não do plano da ansiedade e do medo. Não precisa
de se justificar; reserve apenas a sua intenção para si próprio e
conhecerá a realização, o deleite, a alegria, a liberdade e a
autonomia em todos os momentos da sua vida. comprometa-se a seguir o
caminho da não-resistência. Este constitui o caminho através do qual a
inteligência da natureza se desdobra espontaneamente, sem fricção e
sem esforço. Quando conseguir a delicada combinação aceitação,
responsabilidade e distanciamento, sentirá o fluir da vida, sem nenhum
esforço. Se nos mantivermos abertos a todos os pontos de vista, se não
nos prendermos com rigidez a um único, os nossos sonhos e desejos
fluem com os desejos da natureza. Então podemos libertar as nossas
intenções, com distanciamento, e esperar pela altura própria para os
nossos desejos se tornarem realidade. Podemos ter a certeza de que
quando chegar a altura própria, eles se manifestarão. Esta é a Lei do
Menor Esforço.
COMO APLICAR A LEI DO MENOR ESFORÇO
Ponho em prática a Lei do Menor Esforço, seguindo estes passos:
1 Terei de praticar a Aceitação. Hoje aceito pessoas, situações,
circunstâncias e acontecimentos, tal como eles ocorrerem.
Reconhecerei que este momento é aquilo que deveria ser, porque todo o
universo é como deveria ser. Não lutarei contra todo o universo,
lutando contra o momento presente. A minha aceitação é total e
completa. Aceito as coisas como elas são no momento, não como eu
gostaria que fossem.
2 Depois de ter aceite as coisas como elas são, aceitarei a
Responsabilidade pela minha situação e por todas as ocorrências que me
aparecem. Sei que aceitar a responsabilidade significa não culpar
ninguém, nem nada, pela minha situação (incluindo eu próprio). Também
sei que em cada problema se encontra oculta uma oportunidade e o facto
de me manter atento às oportunidades permite-me aceitar o momento que
passa e torná-lo melhor.
3 Hoje o meu conhecimento refere-se ao Distanciamento. Renuncio à
necessidade de defender os meus pontos de vista. Não sentirei
necessidade de convencer nem de persuadir os outros a aceitarem os meus
pontos de vista. Permanecerei aberto a todos os pontos de vista e não
me prenderei com rigidez a nenhum deles.
5. A LEI DA INTENÇÃO E DO DESEJO
Todas as intenções e todos os desejos contêm a sua própria
possibilidade de realização. no campo da potencialidade pura, a
intenção e o desejo possuem um poder organizador infinito. E
quando introduzimos uma intenção no solo fértil da
potencialidade pura, pomos esse poder organizador infinito a
trabalhar para nós.
No princípio era o desejo; que constituía a primeira semente do
espírito, os sábios, meditando do fundo do coração, descobriram
com o seu conhecimento a ligação entre o existente e o
não-existente. O Hino da Criação, Ríg Veda
A quinta lei espiritual do sucesso consiste na Lei da Intenção e do
Desejo. Esta lei baseia-se no facto de a energia e a informação
existirem em toda a parte da natureza. Na verdade, ao nível do
campo quântico, não há nada senão energia e informação. O campo
quântico constitui apenas outra designação para o campo da
consciência e da potencialidade puras. E o campo quântico é
influenciado pela intenção e pelo desejo. Vejamos este
processo em pormenor. Se reduzirmos aos seus componentes
essenciais uma flor, o arco-íris, uma árvore, uma folha de
relva, um corpo humano, veremos que são constituídos por
energia e informação. Todo o universo, na sua natureza
essencial, representa o movimento da energia e informação. A
única diferença entre um ser humano e uma árvore é o conteúdo
da informação e a energia dos respectivos corpos. No plano
material tanto o ser humano como a árvore são constituídos pelos
mesmos elementos reciclados: basicamente, carbono, hidrogénio,
oxigénio, nitrogénio, e outros elementos em menores quantidades.
Poderia adquirir esses elementos numa loja de hardware por pouco
dinheiro. Portanto, aquilo que faz a diferença entre o ser humano e a
árvore não é o carbono, nem o hidrogénio, nem o oxigénio. Na verdade,
o ser humano e a árvore realizam trocas constantes de oxigénio um com
o outro. A verdadeira diferença entre os dois reside na energia e na
informação. No sistema da natureza, nós somos uma espécie
privilegiada. Possuímos um sistema nervoso capaz de reconhecer o
conteúdo de energia e informação do campo localizado que dá origem ao
nosso corpo físico, Possuímos a experiência subjectiva desse campo,
sob a forma dos nossos próprios pensamentos, sentimentos, emoções,
desejos, memórias, instintos, impulsos e Crenças. E também possuímos a
experiência objectiva desse campo, através do corpo físico - e por
meio do corpo físico, temos a experiência desse campo sob a forma do
mundo, Mas tudo constitui a mesma substância. Por isso os profetas
antigos diziam “Eu sou isso, tu és isso e isso é tudo o que existe.”.
o nosso corpo não se encontra separado do corpo do universo, pois no
plano dos mecanismos quânticos não existem fronteiras bem definidas.
Somos como linhas ondulantes, ondas, Autuações, convoluções,
remoinhos, perturbações localizadas no imenso campo quântico. o imenso
campo quântico, o universo, constitui uma extensão do nosso corpo. O
sistema nervoso humano não só reconhece a informação e a energia do
seu próprio campo quântico como também pode conscientemente modificar
o conteúdo e a informação que origina o seu corpo físico, já que a
consciência humana é infinitamente flexível, devido ao seu maravilhoso
sistema nervoso. Podemos conscientemente mudar o conteúdo
de informação e energia do nosso próprio corpo mecânico quântico e assim
influenciar o conteúdo de energia e informação da extensão do nosso
corpo - o nosso ambiente, o nosso mundo - e provocar nele a
manifestação das coisas. Essa transformação consciente realiza-se
através de duas qualidades inerentes à consciência: a atenção e a
intenção. A atenção transmite energia e a intenção transmite forma.
Damos força a todas as coisas da nossa vida às quais aplicamos a nossa
atenção. As coisas às quais não aplicamos a nossa atenção enfraquecem,
desintegram-se e desaparecem. A intenção, por sua vez, desencadeia a
transformação da energia e da informação. A intenção organiza a sua
própria realização. A qualidade da intenção aplicada ao objecto da
atenção orquestra uma infinidade de ocorrências espacio-temporais que
conduzem ao efeito pretendido, desde que sigamos as outras leis
espirituais do sucesso. Isto acontece porque, no solo fértil da
atenção, a intenção possui um poder organizador infinito. Este poder
organizador infinito significa o poder de organizar uma infinidade de
ocorrências espacio-temporais, todas ao mesmo tempo. Podemos ver a
expressão deste poder organizador infinito em cada folha de relva, em
cada flor de macieira, em cada célula do nosso corpo. Encontramo-lo
em tudo o que está vivo. No sistema da natureza, todas as coisas se
encontram ligadas umas às outras. A marmota sai de baixo da terra e
sabemos que a Primavera está a chegar. Em certas épocas do ano, as
aves começam a emigrar para locais determinados. A natureza constitui
uma sinfonia. E essa sinfonia é orquestrada em silêncio no plano
primordial da criação. o corpo humano constitui outro bom exemplo
dessa sinfonia. Uma simples célula do corpo humano realiza cerca de
seis triliões de coisas por segundo e tem de saber o que estão a fazer
todas as outras células ao mesmo tempo. O corpo humano pode ao mesmo
tempo tocar música, matar germes, fazer um bebé, recitar poesia e
controlar o movimento das estrelas, pois o campo da correlação infinita
faz parte do seu campo de informação. O sistema nervoso da espécie
humana possui uma característica notável, um ser capaz de comandar o
poder organizador infinito, através da intenção consciente. A
intenção, na espécie humana, não se encontra fechada ou presa numa
rede rígida de energia e informação. Possui uma flexibilidade
infinita. Por outras palavras, se não violarmos as outras leis da
natureza, através da intenção Poderemos literalmente comandar as leis
da natureza, de forma a realizarmos os nossos sonhos e desejos.
Podemos pôr o computador cósmico, com o seu infinito Poder
organizador, a trabalhar para nós. Podemos, entrar no campo primordial
da criação, introduzir nele uma intenção e só pelo facto de termos
introduzido essa intenção estamos a activar o campo da correlação
infinita. A intenção constitui a base de suporte do fluxo fácil,
espontâneo e corrente da potencialidade pura, procurando o manifesto
para exprimir o não-manifesto. O nosso único cuidado deverá ser
utilizar a intenção para o benefício da espécie humana. Isso
acontecerá espontaneamente, se cumprirmos as Sete Leis Espirituais do
Sucesso. A intenção constitui o verdadeiro poder por trás do desejo. A
intenção, só por si, é muito poderosa, pois ela consiste no desejo, sem
a preocupação do resultado. O desejo, só por si, é fraco, já que para a
maioria das pessoas o desejo consiste na atenção ligada à preocupação.
A intenção consiste no desejo, cumprindo estritamente todas as outras
leis, mas em especial a Lei do Desprendimento, que constitui a Sexta
Lei Espiritual do Sucesso. A intenção combinada com o desprendimento
conduz a um conhecimento do momento presente centrado na vida. E
quando a acção se realiza no âmbito do conhecimento do momento
presente, torna-se mais eficaz. A nossa intenção dirige-se ao futuro,
mas a nossa atenção encontra-se no presente, a nossa intenção para o
futuro virá a manifestar-se, porque é no presente que se cria o
futuro. Devemos aceitar o presente tal como é. Aceitemos o presente e
criemos intenções para o futuro. o futuro constitui algo que podemos
sempre criar através da intenção desprendida, mas nunca devemos lutar
contra o presente. O passado, o presente e o futuro representam
propriedades da consciência. O passado constitui a recordação, a
memória - o futuro representa antecipação; o presente representa
conhecimento. Portanto, o tempo constitui o movimento do pensamento.
Tanto o passado como o futuro nascem na imaginação; apenas o presente,
que representa conhecimento, se pode dizer real e eterno. Pode
dizer-se que o presente é: A potencialidade da relação espaço-tempo,
da matéria e da energia. Constitui um eterno campo de possibilidades
da manifestação de forças abstractas, quer seja a luz, o calor, a
electricidade, O Magnetismo ou a gravidade. Essas forças não se
situam no passado nem no futuro. Apenas são.
A nossa interpretação dessas forças abstractas dão-nos a experiência da
forma e do fenómeno concreto. As interpretações rememorativas das
forças abstractas geram a experiência do passado; as interpretações
antecipadoras das mesmas forças abstractas criam o futuro. Elas
constituem as qualidades da atenção na consciência. Quando essas
qualidades se libertam do peso do passado, a acção no presente
torna-se solo fértil para a criação do futuro. A intenção, baseada
nesta liberdade despreocupada do presente, serve de catalisador para a
mistura correcta de matéria, energia e ocorrências espacio-temporais,
de modo a criar tudo aquilo que desejar. Se possuir um conhecimento do
presente centrado na vida, os obstáculos imaginários, que constituem
mais de noventa por cento dos obstáculos conhecidos desintegram-se e
desaparecem. Os restantes cinco a dez por cento dos obstáculos
conhecidos podem transmutar-se em oportunidades com uma intenção
dirigida. A intenção dirigida constitui a qualidade da atenção que se
caracteriza pela firmeza inflexível do seu objectivo. A intenção
dirigida significa que aplicamos a nossa atenção, no sentido de obter
o resultado que desejamos, com uma firmeza de objectivos tão
inflexível, que recusamos em absoluto qualquer obstáculo que possa
consumir e dissipar a qualidade focalizada da nossa atenção. Na nossa
consciência, dá-se uma exclusão total e completa de todos os
obstáculos. Somos capazes de manter uma serenidade inabalável, ao
mesmo tempo que nos entregamos ao nosso objectivo com uma paixão
intensa. É este o poder simultâneo do conhecimento desprendido e da
intenção focalizada e dirigida. Aprenda a aproveitar o poder da
intenção e criar tudo o que desejar. Também pode obter resultados,
através de um grande esforço e sofrimento mas isso tem custos, que
podem ir desde o stress até ao ataque cardíaco, ou ao comPrometimento
das funções do seu sistema imunológico. É muito melhor cumprir as
cinco regras seguintes da Lei da Intenção e do Desejo. Seguindo estas
cinco regras para realizar os seus desejos, a intenção gerará o seu
próprio poder:
1 Deslize pela abertura. Isto significa concentrar-se no espaço
silencioso entre os pensamentos, entrar no silêncio - um nível do Ser
que constitui o seu estado essencial.
2 Depois de estabelecido nesse estado do Ser, liberte as suas intenções
e desejos. Na própria abertura, não há pensamentos nem intenções, mas
quando sair da abertura, na junção entre a abertura e um pensamento, a
intenção é introduzida. Se tiver diversos objectivos, escreva-os e
focalize neles a sua intenção, antes de entrar na abertura. Se desejar
uma carreira de sucesso, por exemplo, entre na abertura com essa
intenção e a intenção já lá estará, como uma ténue luz de
conhecimento. Ao libertar as suas intenções e desejos na abertura,
está a plantá-las no solo fértil da potencialidade pura, espere que
floresçam quando chegar a estação. Não deve escavar para ver se as
sementes dos seus desejos estão a crescer, nem deve prender-se muito
para ver como elas se vão desenvolver. A única coisa que deve fazer é
libertá-las.
3 Mantenha-se no estado de auto-referência. Isto significa que deve
manter-se no plano do conhecimento do seu verdadeiro Eu - a sua alma,
a sua ligação ao campo da potencialidade pura. Também significa que
não deve olhar para si próprio através dos olhos do mundo, Ou
deixar-se influenciar pelas opiniões e críticas dos outros. Um bom
meio para manter esse estado de auto-referência é guardar os seus
desejos para si próprio; não os
partilhe com mais ninguém, a menos que
sejam pessoas que tenham exactamente
os mesmos desejos que o leitor e
estejam muito ligadas a si..
4 Renuncie à preocupação com os resultados. Isto significa que não se
deve prender muito à expectativa de um
resultado específico, mas sim viver com
o conhecimento da incerteza. Significa
que deve desfrutar todos os momentos da
sua vida, mesmo desconhecendo os
resultados.
5 Deixe os pormenores ao cuidado do universo. As suas intenções e os
seus desejos, depois de libertos na
abertura, possuem um poder organizador
infinito. Confie no poder organizador
infinito da intenção. Ele organiza-lhe
todos os detalhes. Lembre-se de que a
sua verdadeira natureza é pura alma. Mantenha sempre a consciência da
sua alma, onde quer que vá, liberte com suavidade os seus desejos, e o
universo cuidará por si dos pormenores. Não deixarei nenhum obstáculo
consumir e dissipar a qualidade da minha atenção no momento presente.
Aceitarei o presente tal como é, e deixarei que o futuro se revele através dos meus desejos e intenções
mais profundos.
COMO APLICAR A LEI DA INTENÇÃO, E DOS DESEJOs mais queridos.
Ponho em prática a Lei da Intenção e do Desejo, seguindo estes passos:
1 Faço uma lista de todos os meus desejos. Trago sempre comigo esta
lista, para onde quer que vá. Leio sempre esta lista antes de entrar em
silêncio e meditação. Também a leio antes de ir dormir, à noite. Volto
a lê-la ao acordar de manhã.
2 Entrego e submeto esta lista de desejos ao movimento da criação,
confiando que quando as coisas não parecerem conformes aos meus desejos
há uma razão para isso e que o plano cósmico possui para mim desígnios
ainda mais grandiosos do que aquilo que eu alguma vez imaginei.
3 Lembro-me de que devo praticar o conhecimento do momento presente em
todas as minhas acções.
6. A LEI DO DESPRENDIMENTO
No desprendimento se revela o conhecimento da incerteza. No
conhecimento da incerteza se revela a libertação do passado, do
conhecido, da prisão da circunstância do passado. E pela nossa vontade
de entrar no desconhecido, no campo de todas as possibilidades,
entregamo-nos ao espírito criativo que orquestra a dança do
universo.
Como dois pássaros de ouro empoleirados na mesma árvore, como
amigos íntimos, o ego e o Eu habitam o mesmo corpo - o
primeiro come os frutos doces e amargos da árvore da vida,
enquanto o último observa com desprendimento.
-Mundaka Upanissad
A sexta lei espiritual, do sucesso consiste na Lei do Desprendimento.
A Lei do Desprendimento diz-nos que para adquirirmos qualquer
coisa no universo físico temos de renunciar à nossa ligação a
ela. Isto não significa que desistamos da intenção de criar o
desejo. Não devemos desistir da intenção, nem devemos desistir
do desejo. Devemos desistir da nossa ligação ao resultado.
Esta atitude é muito poderosa. No momento em que renunciamos à
ligação ao resultado, combinando ao mesmo tempo intenção
dirigida e desprendimento, teremos aquilo que desejamos. Tudo o
que quisermos pode adquirir-se através do desprendimento, já
que este se baseia na fé inquestionável, no poder do nosso
verdadeiro Eu. Por outro lado, a ligação ao resultado baseia-se
no medo e na insegurança - e a necessidade de segurança
baseia-se no facto de não conhecermos o nosso verdadeiro Eu. A
fonte de riqueza, de abundância ou de qualquer outra coisa do
mundo físico encontra-se no Eu; é a consciência que sabe como
realizar todas as necessidades. Tudo o mais constitui um
símbolo: carros, casas, contas bancárias, roupas e aviões. Os
símbolos são transitórios; vêm e vão. Procurar obter estes
símbolos é o mesmo que preferir o mapa ao território. Provoca
ansiedade; acaba por nos fazer sentir ocos e vazios por dentro,
porque estamos a trocar o nosso Eu pelos símbolos do nosso Eu.
A ligação ao resultado significa consciência da pobreza, pois
esta ligação prende-se sempre aos símbolos. O desprendimento significa
consciência da riqueza, pois ele traz-nos a liberdade para criar. Só
com um envolvimento desprendido se pode obter alegria e prazer. Só
assim obtemos os símbolos de riqueza, com espontaneidade e sem
esforço. Sem o desprendimento, tornamo-nos prisioneiros de
necessidades mundanas desesperadas e impossíveis, preocupações
triviais, desespero passivo e tristeza. Marcas distintivas de uma
existência quotidiana medíocre e da consciência da pobreza. A
verdadeira consciência da riqueza consiste na capacidade para obtermos
aquilo que queremos, quando quisermos, e com um mínimo de esforço.
Para chegar a esta experiência tem de se basear no conhecimento da
incerteza. Na incerteza encontrará a liberdade para criar tudo o que
quiser. As pessoas estão sempre à procura de segurança, mas com o tempo verão que a busca da
segurança constitui uma coisa muito efémera. Mesmo a ligação ao dinheiro constitui um sinal de
insegurança. Pode dizer: “Quando eu possuir X milhões de escudos, estarei seguro. Serei economicamente
independente e poderei reformar-me. Nessa altura, hei-de fazer tudo
aquilo que de facto quero fazer.” Mas isso nunca acontece - nunca. Aqueles que procuram segurança
perdem-na para sempre e nunca
a encontram. É uma atitude ilusória e efémera, pois a segurança nunca
pode vir apenas do dinheiro. A ligação ao dinheiro gerará sempre
insegurança, independentemente da quantidade de dinheiro que tivermos
no banco. Na verdade, algumas das pessoas mais inseguras são as que
mais dinheiro têm. O desejo de segurança constitui uma ilusão. Nas
antigas tradições de sabedoria, a solução para todo este dilema
encontra-se no conhecimento da insegurança, ou no conhecimento da
incerteza. Isto significa que o desejo de segurança e certezas, na
verdade, constituem uma ligação ao conhecido. E o que é o conhecido? O
conhecido é o nosso passado. o conhecido não é mais do que a prisão do
condicionamento do passado. Não há evolução aqui absolutamente
nenhuma. E quando não há evolução, surge a estagnação, a entropia, a
desordem e a decadência. A incerteza, por sua vez, constitui o solo
fértil da criatividade e da liberdade puras. A incerteza significa
entrar no desconhecido em cada momento da nossa existência. O
desconhecido constitui o campo de todas as possibilidades, sempre
vivas, sempre novas, sempre abertas à criação de novas manifestações.
Sem a incerteza e o desconhecido, a vida consiste apenas na repetição
obsoleta e desgostosa de memórias. Tornamo-nos vítimas do passado -
aquilo que vivemos ontem é o que nos atormenta hoje. Renuncie à sua
ligação com o conhecido, entre no desconhecido e entrará no campo de
todas as possibilidades. O conhecimento da incerteza constitui um
elemento da vontade de entrar no desconhecido. Isto significa que, em
cada momento da sua vida, terá emoção, aventura, mistério. Terá a
experiência da alegria de viver a magia, a celebração, a alegria e a
exultação do seu próprio espírito. Todos os dias pode procurar a
emoção daquilo que virá a ocorrer no campo de todas as possibilidades.
Quando tiver a experiência da incerteza, encontra-se no caminho certo,
por isso não desista. Não precisa de ter uma ideia rígida e completa
daquilo que vai fazer na semana seguinte ou no próximo ano, pois se
tiver ideias bem definidas acerca do que vai acontecer e se ficar
muito preso a elas, fechará um grande número de possibilidades. Uma
característica do campo de todas as possibilidades consiste na
correlação infinita. o campo pode orquestrar uma infinidade de
ocorrências espacio-temporais para chegar ao resultado pretendido. Mas
quando nos deixamos prender, a nossa intenção fecha-se num estado de
espírito rígido e perdemos a fluidez, a criatividade e a
espontaneidade inerentes ao campo. Quando nos deixamos prender,
retiramos ao desejo a sua infinita flexibilidade e fluidez,
encerrando-o numa moldura fixa, que interfere com todo o processo de
criação. A Lei do Desprendimento não interfere com a Lei da Intenção e
do Desejo. Com a definição de um objectivo Mantemos a intenção de
seguir em determinada direcção, mantemos o nosso objectivo. Mas entre
o ponto A e o ponto B há uma infinidade de possibilidades. Tendo
interiorizado o elemento da incerteza, podemos mudar de direcção em
qualquer momento, se encontrarmos um ideal mais elevado ou uma coisa
mais emocionante. Também nos encontramos menos dispostos a forçar as
soluções para os problemas e isso permite-nos manter-nos atentos às
oportunidades. A Lei do Desprendimento acelera todo o processo de
evolução. Quando compreender esta lei, não se sentirá compelido a
forçar soluções. Quando força soluções ou problemas, apenas cria
novos problemas. Mas se aplicar a atenção na incerteza e observar a
incerteza enquanto espera, atento, que a solução surja do caos e da
confusão, aquilo que surgirá será qualquer coisa fabulosa e muito
estimulante. Este estado de atenção, encontrar-se-á preparado no
presente, no campo da incerteza, liga-se ao seu objectivo e à sua
intenção e permite-lhe aproveitar a oportunidade. O que é a
oportunidade? Encontra-se em cada problema que tiver na vida. O menor
problema que tiver na vida constitui a semente para uma oportunidade
de um benefício maior. Depois de ter percebido isso, abre um grande
número de possibilidades e mantém vivos o mistério, a dúvida, a emoção
e a aventura. Pode ver cada problema da sua vida como uma oportunidade
para um benefício maior. Pode manter-se atento às oportunidades
baseando-se no conhecimento da incerteza. Se estiver preparado e a
oportunidade surgir, a solução aparecerá espontaneamente. Aquilo que
daqui advém designa-se muitas vezes por “boa sorte”. A boa sorte
consiste apenas no encontro entre a oportunidade e a pessoa que se
encontra preparada para ela. Quando as duas se juntam com a observação
atenta do caos, surge uma solução, que constituirá um benefício
evolucionário para a pessoa e para todos aqueles que a rodeiam. Esta
constitui a receita perfeita para o sucesso e baseia-se na Lei do
Desprendimento, que é o melhor caminho para a liberdade. Entro no
campo de todas as possibilidades e antecipo a emoção que pode ocorrer
se eu me mantiver aberto às escolhas. Ao entrar no campo de uma
infinidade de escolhas Ponho em prática a Lei do Desprendimento,
seguindo todas as possibilidades, experimento toda a alegria, com estes
passos: aventura, magia e mistério da vida.
1 Hoje vou praticar o desprendimento. Darei a mim próprio e aos
que me rodeiam a liberdade de sermos como somos. Não imporei ideias
rígidas sobre como as coisas deviam ser. Não forçarei soluções para os
problemas, pois isso criaria novos problemas. Participarei em tudo com
um envolvimento desprendido.
2 Hoje interiorizo a incerteza como um ingrediente essencial da minha
experiência. A minha boa vontade para aceitar a incerteza fará com que
as soluções surjam, espontâneas, dos problemas, da confusão, da
desordem e do caos. Quanto mais incertas as coisas parecem, mais seguro
me sentirei, porque a incerteza é uma fonte inesgotável.
7. A LEI DO “DHARMA" OU DA FINALIDADE DA VIDA
Todas as pessoas possuem uma finalidade na vida... uma dádiva
singular ou um talento especial para oferecer aos outros. E
quando pomos o nosso talento especial ao serviço dos outros,
experimentamos o êxtase e a exultação do nosso espírito, que é
a finalidade suprema da vida.
Quando trabalhamos somos como flautas e, ao nosso coração o
murmúrio das horas soa como música. E o que é trabalhar com
amor? É tecer o pano com os fios do coração, como se
estivéssemos a tecer a roupa do nosso bem-amado...
Kahlil Gibran, O Profeta
A sétima lei espiritual do sucesso consiste na Lei do Dharma. Dharma
é um termo sânscrito que significa “finalidade na vida”. A
Lei do Dharma diz-nos que nos manifestamos sob a forma física
para cumprir uma finalidade. A divindade constitui a essência
do campo da potencialidade pura e, o divino toma a forma humana
para cumprir uma finalidade. Segundo esta lei, todos temos um
talento específico e uma forma singular de o exprimirmos. Há qualquer
coisa que conseguimos fazer melhor do que qualquer outra pessoa no
mundo e, cada talento específico com a sua forma singular de se
exprimir, também requer necessidades especiais. Quando essas
necessidades se combinam com a expressão criativa do nosso talento,
gera-se a centelha que dá prosperidade. Exprimir os seus talentos para
realizar aquilo que é necessário cria riqueza e abundância ilimitadas.
Se ensinássemos isto às crianças desde pequenas, veríamos o efeito que
teria na vida delas. Na verdade, fiz a experiência com os meus filhos.
Repeti-lhes muitas e muitas vezes que havia uma razão para cada um de
nós se encontrar neste mundo e que eles teriam de descobrir a razão
por que existiam. Eles começaram a ouvir isto a partir dos quatro
anos. Também os ensinei a meditar mais ou menos a partir dessa idade e
disse-lhes: “Nunca, mas nunca se preocupem em ganhar a vossa vida. Se
não forem capazes de ganhar a vossa vida quando crescerem, eu hei-de
sustentar-vos, portanto não se preocupem com isso. Não quero que se
esforcem por obter bons resultados na escola. Não quero que se
esforcem por obter as melhores notas ou por ir para os melhores
colégios. Aquilo que quero é que se interroguem acerca de como podem
servir a Humanidade e quais serão os vossos talentos especiais. Porque
cada um de vós possui um talento especial, que ninguém mais possui e
cada um de vós tem uma maneira especial de exprimir esse talento, que
também ninguém mais possui.” Eles acabaram por vir a frequentar as
melhores escolas, obtiveram as melhores notas, e mesmo na universidade
são estudantes especiais, porque já são economicamente independentes,
pois a vida deles focaliza-se naquilo que devem dar para cumprir a
razão da sua existência aqui. E esta é a Lei do Dharma.
A Lei do Dharma possui três componentes.
O primeiro diz-nos que cada um de nós se encontra aqui para descobrir o
seu verdadeiro Eu, para descobrir por si próprio que o seu verdadeiro
Eu é espiritual, que na essência somos seres espirituais
manifestando-se sob uma forma física. Não somos seres humanos que têm
experiências espirituais ocasionais, ao contrário, somos seres
espirituais que têm experiências humanas ocasionais. Cada um de nós
encontra-se aqui para descobrir o seu eu superior, ou o seu eu
espiritual. Esse constitui o primeiro requisito da Lei do dharma.
Temos de descobrir por nós mesmos o deus ou a deusa em embrião, que
existe dentro de nós e deseja revelar-se, para podermos exprimir a
nossa divindade.
O segundo componente da Lei do dharma consiste em exprimirmos os nossos
talentos especiais. A Lei do dharma diz-nos que todo o ser humano
possui um talento especial. Todos possuímos um talento, cuja expressão
é de tal modo singular, que não existe mais ninguém vivo no planeta
que possua esse talento ou essa forma de o exprimir. Isto significa
que há uma coisa específica que cada um de nós sabe fazer melhor do
que qualquer outra pessoa no mundo. Quando está a fazer isso, perde a
noção do tempo. Quando exprime esse talento especial que possui ou, em
muitos casos, os diversos talentos especiais, a expressão desse
talento é transportada para o conhecimento do eterno.
O terceiro componente da Lei do dharma consiste na vontade de servir a
Humanidade. Servir os outros seres humanos é perguntar “Como posso eu
ajudar? Como posso ajudar aqueles que me rodeiam?” Pondo a capacidade
de exprimir o seu talento especial ao serviço da Humanidade, estará a
aplicar totalmente a Lei do dharma. E se juntar a isto a experiência
da sua própria espiritualidade, o campo da potencialidade pura, é
impossível que não tenha acesso à abundância ilimitada, porque esta
constitui a verdadeira forma de alcançar a abundância. Esta
abundância não é temporária; é permanente, devido ao seu talento
especial, à sua forma de o exprimir, aos serviços que presta e à
dedicação que mostra pelos outros seres humanos, atitude que adquiriu,
perguntando: “Como posso eu ajudar?”, em vez de: “O que posso eu
obter?” A questão “O que posso eu obter?” constituí o diálogo interior
do ego. Perguntar “Como posso eu ajudar? “ constitui o diálogo
interior da alma. A alma representa o domínio do conhecimento onde
experimentamos a nossa universalidade. Através da simples substituição,
no nosso diálogo interior, da pergunta “O que posso eu obter?” pela
outra “Como posso eu ajudar?”, passamos logo do plano do nosso ego para
o domínio da nossa alma. Embora a meditação constitua a forma mais útil
de entrar no domínio da alma, a simples mudança do nosso diálogo
interior para “Como posso eu ajudar?” também nos dá acesso a alma, esse
domínio do conhecimento onde experimentamos a nossa universalidade. Se
quiser aproveitar ao máximo a Lei do dharma, terá de se comprometer a
seguir algumas regras.
A primeira regra é: Vou tentar descobrir o meu eu superior, que se
encontra para além do meu ego, através da prática espiritual.
A segunda regra é: Vou descobrir os meus talentos especiais e, depois
de os descobrir, vou entrar em estado de felicidade, pois o processo
de felicidade ocorre quando adquiro o conhecimento do eterno. Nesse
momento, entro em estado de beatitude.
A terceira regra é: Vou perguntar a mim mesmo quais as minhas melhores
qualidades para servir a Humanidade. Vou responder a essa pergunta e
depois pôr em prática a atitude. Vou utilizar os meus talentos
especiais para servir as necessidades dos outros seres humanos, vou
combinar essas necessidades com o meu desejo de ajudar e servir os
outros. Sente-se e faça uma lista das respostas a estas duas
perguntas: Pergunte a si mesmo se o dinheiro não fosse uma preocupação
para si e se tivesse todo o tempo e dinheiro do mundo, o que faria? se
pensa que continuaria a fazer aquilo que faz no momento, isso
significa que se encontra em dharma, porque tem uma paixão por aquilo
que faz - exprime os seus talentos especiais. Depois, pergunte a si
mesmo: “Quais as minhas melhores qualidades para servir a Humanidade?”
Responda à pergunta e ponha a atitude em prática. Descubra a sua
divindade, encontre o seu talento especial, utilize-o para servir a
Humanidade e gerará toda a riqueza que quiser. Quando as suas
expressões criativas responderem às necessidades dos outros seres
humanos, a riqueza fluirá espontaneamente do não-manifesto para o
manifesto, do âmbito da alma para o âmbito da forma. Começará a
experimentar a vida como uma miraculosa expressão da divindade, não
ocasionalmente, mas sempre. E conhecerá a verdadeira felicidade e o
verdadeiro significado do sucesso, o êxtase e a exultação da sua
própria alma.
COMO APLICAR A LEI DO “DHARMA” OU DA FINALIDADE DA VIDA
Ponho em prática a Lei do dharma, seguindo estes passos:
1 Hoje vou dar toda a atenção e amor ao deus ou deusa em embrião que se
oculta no mais fundo da minha alma. Darei toda a atenção à minha alma
interior que dá vida ao meu corpo e ao meu espírito. Vou tentar
despertar para a profunda serenidade que existe dentro do meu coração.
A consciência da eternidade e do Ser eterno acompanhar-me-á sempre
durante a minha experiência temporal.
2 Faço uma lista dos meus talentos especiais. Depois faço uma lista de
todas as coisas de que gosto de fazer quando exprimo os meus talentos
especiais. Exprimindo os meus talentos especiais e utilizando-os ao
serviço da Humanidade, perco a noção do tempo e crio abundância na
minha vida, assim como na vida dos outros.
3 Pergunto a mim mesmo todos os dias “Como posso eu servir?” e “Como
posso eu ajudar?”. As respostas a estas questões vão permitir-me
ajudar e servir os outros seres humanos com amor.
SUMÁRIO E CONCLUSÃO
Quero conhecer os pensamentos de
Deus... o resto são pormenores.
Albert Einstein
O espírito universal coreografa tudo o que acontece em biliões de
galáxias, com uma exactidão cheia de elegância e uma inteligência
inflexível. A sua inteligência é primordial e suprema e penetra todas
as fibras da existência: desde a mais pequena à maior, desde o átomo
ao cosmos. Tudo o que existe constitui uma expressão desta
inteligência. E esta inteligência opera através das Sete Leis
Espirituais. Se observar uma célula do corpo humano, verá que o seu
funcionamento constitui a expressão destas leis. Todas as células,
quer sejam do estômago, do coração ou do cérebro têm a sua origem na
Lei da Potencialidade. O ADN constitui um exemplo perfeito da
potencialidade pura; de facto, ele representa a expressão material da
potencialidade pura. O mesmo ADN exprime-se de formas diferentes,
conforme as células a que pertence, de modo a poder responder às
exigências específicas de cada célula em se articular. As células
também funcionam por meio da Lei da Dádiva. Uma célula mantém-se viva
e saudável, quando se encontra num estado de estabilidade e equilíbrio.
Este provém do estado de equilíbrio e da realização e harmonia, mas
mantém-se através de uma constante actividade de dar e receber. Cada
célula tem algo para dar a todas as outras e constitui suporte de todas
as outras, ao mesmo tempo que é apoiada por todas as outras. As células
encontram-se sempre num estado de fluência dinâmica e o fluxo nunca se
interrompe. Na verdade, o fluxo constitui a própria essência da vida
da célula. E só mantendo esse fluxo de dar, a célula pode receber e
assim continuar a sua vibrante existência. A Lei do Karma é executada
com toda a delicadeza e rigor por cada célula, pois a capacidade de dar
a resposta mais apropriada e exacta para cada situação que ocorre faz
parte da própria inteligência da célula. A Lei do Menor Esforço também
é primorosamente executada por cada célula do corpo: cumpre a sua
tarefa, de modo bastante eficiente, quando o corpo se encontra
desperto. Mas em repouso, Através da Lei da Intenção e do Desejo, cada
intenção de cada célula aproveita o poder organizador infinito da
inteligência da natureza. Mesmo uma simples intenção, como metabolizar
uma molécula de açúcar, desencadeia logo uma sinfonia de ocorrências no
corpo, em que determinadas quantidades de hormonas devem ser segregados
em determinados momentos para que a molécula de açúcar se converta em
pura energia criativa. E, claro, cada célula exprime a Lei do
Desprendimento, pois o seu funcionamento encontra-se desligado do
efeito das suas intenções. As células não cometem lapsos nem enganos,
pois o seu comportamento constitui uma função do conhecimento do
momento presente, centrado na vida. As células também exprimem a Lei
do Dharma. Cada célula deve descobrir a sua própria origem, o seu eu
superior; deve servir as outras células e exprimir os seus talentos
especiais. As células do coração, do estômago, as células
imunológicas, todas têm origem num eu superior, no campo da
potencialidade pura. E como se encontram directamente ligadas a esse
computador cósmico, exprimem os seus talentos especiais através de um
mínimo de esforço e do conhecimento do eterno. Só exprimindo os seus
talentos especiais, elas podem manter a sua integridade e a
integridade de todo o corpo. O diálogo interior de cada célula do
corpo humano consiste na pergunta “Como posso eu ajudar?”. As células
do coração querem ajudar às células imunológicas, as células
imunológicas querem ajudar as células dos pulmões e do estômago, as
células do cérebro escutam e ajudam todas as outras. Cada célula do
corpo humano possui uma única função: ajudar todas as outras.
Examinando o comportamento das células do nosso próprio corpo,
observamos a mais extraordinária e eficaz expressão das Sete Leis
Espirituais. Encontramo-nos perante o génio da inteligência da
natureza. Temos aqui os pensamentos de Deus - o resto são pormenores.
As Sete Leis Espirituais do Sucesso constituem princípios
poderosos que lhe permitem atingir o auto-domínio. Se aplicar a sua
atenção a estas leis e praticar as regras indicadas neste livro, verá
que será Capaz de fazer manifestar-se tudo aquilo que quiser - toda a
prosperidade, dinheiro e sucesso que desejar. Também vai ver que a
sua vida se torna mais feliz e abundante em todos os aspectos, pois
estas leis também constituem as leis espirituais que fazem com que a
vida valha a pena ser vivida. Na vida quotidiana, a aplicação destas
leis obedece a uma sequência natural, que pode ajudá-lo a lembrar-se
delas. A Lei da Potencialidade Pura pratica-se através do silêncio, da
meditação, do não-julgamento, da comunhão com a natureza, mas é
activada por meio da Lei da Dádiva. Aqui o princípio consiste em
aprender a dar aquilo que deseja para si. Assim activa a Lei da
Potencialidade Pura. Se deseja prosperidade, ajude os outros a serem
prósperos; se procura dinheiro, dê dinheiro aos outros; se procura
amor, apreço e afecto, aprenda a dar aos outros amor, apreço e afecto.
Através das suas acções, quando aplica a Lei da Dádiva, activa a Lei
do Karma. Pode criar um bom karma e um bom karma torna a vida fácil.
Verá que não precisa de despender grandes esforços para realizar os
seus desejos, o que conduz logo à compreensão da Lei do Menor Esforço.
Quando tudo parece surgir com facilidade e sem esforço e os seus
desejos continuam a realizar-se, começa a perceber espontaneamente a
Lei da Intenção e do Desejo. A realização dos seus desejos com um
mínimo de esforço torna quase natural para si a prática da Lei do
Desprendimento. Por fim, como começa a perceber todas as leis
anteriores, passa a focalizar-se na sua verdadeira finalidade na vida,
chegando assim à Lei do Dharma. Por meio da aplicação desta lei, em
que exprime os seus talentos especiais e realiza as necessidades dos
outros seres humanos, começa a poder criar tudo aquilo que quiser,
sempre que quiser. Torna-se despreocupado e feliz e a sua vida passa a
constituir a expressão do amor ilimitado.
Paremos por algum tempo para nos encontrarmos uns com os outros, para
nos amarmos, para partilharmos. Este momento é precioso, mas
passageiro. Constitui um pequeno parêntese na eternidade. Se o
partilharmos com carinho, alegria e amor, criaremos abundância e
felicidade uns para os outros. E assim este momento terá valido a
pena. Como os viajantes que realizam uma viagem cósmica as partículas
etéreas, girando e dançando nos turbilhões e remoinhos do infinito. A
vida é eterna. Mas as expressões da vida são efémeras, momentâneas,
transitórias. Gautama Buda, fundador do budismo, disse um dia: A nossa
existência é tão passageira como as nuvens de Outono. Assistir ao
nascimento e morte dos seres é como observar os movimentos de uma
dança. uma vida é como o relâmpago no céu, Corre como a água que jorra
da íngreme montanha.
ACERCA DO AUTOR
Deepak Chopra é um famoso especialista no campo da medicina do corpo e
do espírito e do potencial humano. Ele foi o autor dos best-sellers:
Creating Affluence (Como Alcançar Prosperidade), The Way of the Wzzard,
Ageless Body, Timeless Mind, Quantum Healing e The Return of Merlin,
assim como de inúmeros programas áudio e vídeo, dedicados à saúde e ao
bem-estar. Os seus livros encontram-se traduzidos em mais de vinte
línguas e ele tem dado diversas conferências por toda a América do
Norte, América do Sul, índia, Europa, Japão e Austrália. Actualmente, é
o Director Executivo do Centro Chopra para o Bem-Estar em La Jolla,
Califórnia. GLOBAL NETWORK FOR SPIRITUAL SUCCESS
POST OFFICE BOX 1001
DEL MAR, CALIFORNIA 92014
Caro amigo: Em As Sete Leis Espirituais do Sucesso, descrevo as
virtudes e os princípios associados que me ajudaram, e a muitos
outros, a obter a satisfação espiritual e o sucesso material. Escrevo
para o convidar a juntar-se a mim, e talvez a milhões de outras
pessoas espalhadas pelo mundo, na Global Network For Spíritual
Success, que se baseará na prática diária desses princípios. A
participação na Rede está aberta a toda a gente que queira praticar As
Sete Leis Espirituais. Eu achei muito compensador concentrar-me numa
lei em cada dia da semana, começando no Domingo com a Lei da
Potencialidade Pura e terminando no Sábado com a Lei do dharma. Se
concentrar a sua atenção numa lei espiritual, transformará
completamente a sua vida, como eu transformei a minha, e se diversas
pessoas em conjunto aplicarem a sua atenção na mesma lei em cada dia,
em breve teremos um grupo importante de pessoas de sucesso que
poderiam transformar a vida no planeta Terra. já há alguns grupos de
amigos de todas as partes do mundo que começaram a concentrar-se numa
lei em cada dia. Como eu fiz com a minha equipa de trabalho e com os
meus amigos, sugiro que forme um grupo de reflexão com a família, com
amigos ou com colegas de trabalho que possam encontrar-se uma vez por
semana para discutirem as suas experiências com as leis espirituais. Se
as experiências forem dramáticas, o que por vezes acontece, pode
escrevê-las e enviá-las para mim. Para fazer parte da Global Network
For Spiritual Sucess, basta-lhe enviar um envelope com o seu nome,
direcção, e um selo, para o apartado indicado acima. Nós enviamos-lhe
um pequeno cartão, que pode trazer na carteira, com as sete leis e um
formulário para preencher e fornecemos-lhe informações sobre o nosso
trabalho na Rede. A entrada para a Rede representa a realização de um
dos meus mais queridos sonhos. Se entrar na Global Network e praticar
As Sete Leis Espirituais, tenho a certeza de que conseguirá obter
felicidade espiritual e realizar os seus desejos. Não posso
desejar-lhe melhor bênção. Com amizade e os meus melhores votos,
Deepak Chopra
3 de março de 1999